Política Titulo Mudança de postura
Políticos da região rasgam discursos
Por Cynthia Tavares
Do Diário do Grande ABC
30/01/2012 | 07:40
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A máxima de que a política é dinâmica serve como ‘muleta' para mudanças nos discursos. O Grande ABC não foge à regra e registra pelo menos seis casos emblemáticos de que o dito em anos anteriores já não vale nada.

Acordos tidos como improváveis tornaram-se realidade e adversários políticos históricos atualmente são aliados. Na maioria das vezes, os discursos são ‘rasgados' em troca de cargos no primeiro escalão das administrações.
A cientista política Maria do Socorro Souza Braga, professora da Universidade Federal de São Carlos, define os mutantes como políticos pragmáticos. "Eles são voltados para a carreira política e para o seu grupo. Se levam vantagem, mudam a palavra e a postura."

Adversário de Oswaldo Dias (PT) no primeiro turno da eleição de 2008, Diniz Lopes (PR) não demorou a fechar apoio ao petista na segunda etapa. A parceria é até hoje vista como esdrúxula, já que Diniz na época era filiado ao PSDB. Com a vitória do petista, assumiu a superintendência da Sama.

Presidente do PSB de Mauá, Carlos Tomaz é outro exemplo. Em 2008, o partido lançou Chiquinho do Zaíra ao Paço e o mandatário assinou documento no qual garantia que nunca se aliaria a Oswaldo.

Em 2010, não titubeou em assumir a Secretaria de Segurança Pública da administração petista. Com o acordo, ordenou que os vereadores do PSB apoiassem o governo, o que gerou debandada da legenda. "Entendemos que o partido tem muito para contribuir com a cidade", diz, ao tentar justificar a mudança de lado.

Em Diadema o PSB protagoniza situação semelhante. O presidente do diretório local, Manoel José da Silva, o Adelson, foi candidato a vice-prefeito em 2004 e 2008 em chapas encabeçadas por José Augusto da Silva Ramos (PSDB). Em 2010, foi nomeado secretário de Segurança Alimentar do governo Mário Reali (PT), até então seu adversário.

Em São Bernardo, o vereador Tunico Vieira (PMDB) causou polêmica com suas decisões. Após ser vice na chapa de Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT), em 2004, aceitou ser secretário de Relações Internacionais e Institucionais de William Dib, candidato vitorioso que confrontou na campanha.

Em São Caetano, o prefeito José Auricchio Júnior (PTB) enfrentou, até 2011, a oposição ferrenha de Gilberto Costa (então no PP) na Câmara. Tudo mudou quando o chefe do Executivo, temendo a candidatura do vereador ao Paço, escancarou a Secretaria de Esporte e Turismo ao desafeto. De quebra, Gilberto ingressou no partido de Auricchio, o PTB, e atualmente faz juras de fidelidade ao grupo governista.

Já o pré-candidato a prefeito de Santo André Raimundo Salles chama a atenção pela mudança ideológica. No ano passado, ele deixou a direita do DEM pela tendência centro-esquerda do PDT. "Foi uma volta às origens. Sempre tive vontade de estar em partido com este discurso, pois vim do movimento estudantil", justifica - foi secretário da União Nacional dos Estudantes.




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