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Novo índice educacional causa polêmica na região

Indicador aponta que moradores de Diadema têm
mais chances de obter sucesso do que em S.Caetano

Por Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
13/10/2015 | 07:00
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Divulgação


Moradores de Diadema têm mais chances de obter educação adequada em relação aos demais municípios da região. Isso é o que aponta o Ioeb ( Índice de Oportunidades Educacionais Brasileiras), indicador desenvolvido pelo ex-presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) e criador do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), Reynaldo Fernandes, lançado na última semana. A avaliação é polêmica, já que vai contra todos os demais índices educacionais existentes.

O Ioeb indica que a população de Diadema tem mais oportunidades do que a de São Caetano quando o assunto é Educação, embora a primeira cidade tenha mais que o dobro da população, IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) inferior e nota do Ideb 0,7 ponto menor do que a segunda, além de fila de espera por vagas em creche de 5.570 crianças enquanto em São Caetano esta etapa do ensino é universalizada.

O ranking regional mostra ainda que São Bernardo está na terceira posição, embora tenha indicador igual ao de São Caetano e de Ribeirão Pires (5), que ocupa a quarta colocação. Apenas Rio Grande da Serra apresentou nota inferior à média nacional (4,5). E, com exceção de Diadema, nenhuma cidade alcançou o êxito estadual (5,1).

No Brasil, as três cidades com melhor desempenho ficam no Ceará: Sobral (6,1), Groaíras (5,9) e Porteiras (5,9). Já a pior nota foi observada em Conceição do Lago-Açu, no Maranhão (2,1).

O índice engloba a Educação Básica de todas as redes presentes no município e mede, em escala de zero a 10, o quanto cada cidade ou Estado contribuem para o sucesso educacional do aluno. Ao todo, são sete os componentes analisados: Ideb nos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental, taxa líquida de matrícula no Ensino Médio, escolaridade dos professores, experiência do diretor, número médio de horas aula por dia e taxa de atendimento na Educação Infantil.

Para o criador do indicador, o Ioeb fomenta o diálogo entre os gestores públicos ao invés de apenas apontar as falhas. “Ao contrário do Ideb, que apresenta o resultado, propomos um olhar do gestor para a Educação como um todo e não apenas para a sua rede de ensino.”

Na visão do professor da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) e coordenador do Observatório da Educação, Paulo Sérgio Garcia, um dos principais problemas do índice é exatamente o fato de os sistemas de ensino não atuarem de forma colaborativa. “Temos políticas educacionais e formas de financiamento diferentes. O aluno entra sob responsabilidade do município e sai sob responsabilidade do Estado”.

Outra crítica é em relação ao Ioeb não apontar quais itens precisam ser melhorados, de que forma, com qual investimento. “É mais um índice. Por mais que tenhamos críticas ao Ideb, porque avalia apenas o desempenho do aluno em Português e Matemática e não a infraestrutura, ele aponta quais são as metas, onde precisa melhorar”, acrescenta Garcia.

Diferentemente do Ideb, o Ioeb não tem valor oficial. Ele foi criado no Centro de Liderança Pública, com o apoio do Instituto Península, da Fundação Lehmann e da Fundação Roberto Marinho. 




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