Em meio à crise econômica enfrentada pelo País e, consequentemente, previsão de dificuldades financeiras a serem superadas pelos gestores públicos, vereadores de Mauá ignoraram audiência pública organizada pelo próprio Legislativo para tratar sobre as finanças da administração e para prestar contas sobre o desempenho parcial do Orçamento deste ano.

Mesmo marcado com ampla antecedência e realizado no próprio plenário do Legislativo, o encontro foi esvaziado e teve adesão de apenas três dos 23 parlamentares: os oposicionistas Manoel Lopes (DEM) e Jair de Oliveira (PMDB) e o governista José Luiz Cassimiro (PT), líder do governo na Casa. A audiência foi mediada por Eduardo Monteiro Pacheco, que responde interinamente pela Secretaria de Finanças.

Nem mesmo os representantes da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara participaram da plenária, com exceção de Cassimiro, que preside o grupo. Os demais integrantes, Paulo Suares (PT) e Alberto Betão Pereira Justino (PTdoB), não compareceram.

Essa audiência pública é realizada a cada fim de quadrimestre, como determina a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal). O encontro serve para que a gestão apresente as metas fiscais do exercício vigente e que parlamentares, sobretudo os que integram o setor de finanças da Casa, fiscalizem o erário.

“Só não participei porque estava atendendo a população no meu gabinete e porque o Zé Luiz (Cassimiro) estava representando a Comissão de Finanças”, justificou Betão. Segundo principal responsável pela comissão, Paulo Suares foi categórico: “a audiência é para quem tem dúvidas”. O parlamentar sustentou que, por ser governista, acompanha o caixa do município todo mês. “A audiência é uma prestação de contas para se tomar conhecimento do que ocorreu. E isso já fazemos mensalmente”, frisou.

O presidente da Câmara, Marcelo Oliveira (PT), também não foi à audiência. Procurado, o petista não retornou aos contatos do Diário.

ALTERAÇÃO
A Câmara vota hoje, em definitivo e em sessão extraordinária, projeto que permite o Paço a negociar com contribuintes dívidas que possuam com a Prefeitura ou com a Sama (Saneamento Básico de Mauá). O texto enviado pelo prefeito Donisete Braga (PT) previa que a administração recebesse bens imóveis como forma de abatimento dos débitos. A permuta, entretanto, foi retirada da proposta e o texto vai à votação hoje com nova redação.