Setecidades Titulo Leitura e cálculo
Estudantes têm desempenho inadequado em leitura e cálculo

Embora registrem avanço entre 2013 e 2014,
avaliação mostra dificuldades na alfabetização

Por Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
19/09/2015 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC:


Mais da metade dos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental de Mauá registraram desempenho insuficiente em leitura e Matemática. Conforme a ANA (Avaliação Nacional da Alfabetização), divulgada nesta semana pelo MEC (Ministério da Educação), 54,63% e 56% das crianças com idade entre 8 e 9 anos do município não superaram nível 2 em escala que vai até 4 e mede a proficiência nas duas áreas do conhecimento.

Significa dizer que os estudantes só são capazes de ler textos simples e, em alguns casos, não conseguem entender sobre o que se trata. Já na Matemática, os alunos não resolvem problemas com números maiores que 20 com a ideia de retirar.

Embora sejam alarmantes os resultados, com exceção de Santo André, que manteve praticamente o mesmo índice entre 2013 e 2014, todas as demais cidades avaliadas tiveram melhora no período em leitura (Rio Grande da Serra não teve os dados divulgados porque não atingiu o mínimo de alunos na avaliação). Já em Matemática, Mauá apresentou piora, Santo André e São Bernardo praticamente se mantiveram na mesma situação e os demais melhoraram.

Neste ano, o MEC avaliou ainda as habilidades de escrita dos estudantes. Neste caso são cinco os patamares listados pelo governo e todas as cidades da região tiveram pelo menos 76,85% de aprendizado adequado (somando os índices 4 e 5). Isso indica que os alunos conseguem escrever uma narrativa, embora apresente desvios ortográficos e que comprometem parcialmente o sentido do texto.

Os melhores resultados foram observados em São Caetano, tendo em vista médias de 82,75% de aprendizado mínimo em leitura (somando os índices 3 e 4), 87,41% em Matemática e 94,64% em escrita. Já os piores são os de Mauá, onde 54,63% dos alunos não superaram o índice 2 em leitura, 56% ficaram no mesmo patamar na área de exatas e uma em cada cinco crianças não conseguiu superar o índice 3 em escrita.

Em nível nacional, 57,07% dos alunos têm rendimento inadequado em Matemática, 34,34% em escrita e 22,07% em leitura. Na oportunidade da divulgação dos resultados, o próprio ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, classificou os dados como “preocupantes”, principalmente no que diz respeito à Matemática, considerada a situação que mais precisa de “ajustes”.</CW><CW-30>

A Prefeitura de Mauá destacou que somente a Escola Municipal Cora Coralina passou pela avaliação em 2014, com a participação de 109 alunos. A Secretaria Municipal de Educação informou que considera o resultado obtido em Língua Portuguesa (leitura e escrita) como positivo e em Matemática como satisfatório.

 

Resultados indicam pontos a serem trabalhados

 

“A avaliação vem exaltar a preocupação de que precisamos enfrentar o problema da qualidade da Educação”, considera a coordenadora do GT Educação do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, Ana Lúcia Sanches. Embora a também secretária adjunta de Educação de Santo André garanta que as prefeituras da região estejam cumprindo o que o MEC (Ministério da Educação) destaca como desejável em relação à leitura e à escrita, existe preocupação em avançar, principalmente na disciplina de Matemática.

“Em comparação com os índices nacionais estamos em patamar até que interessante, mas estas avaliações são importantes para que os gestores possam identificar as deficiências da rede para agir”, ressalta Ana Lúcia. Para a gestora, ainda que haja necessidade de evolução, é possível dizer que o Pnaic (Pacto Nacional da Alfabetização na Idade Certa) está funcionando no Grande ABC. “Foi uma escolha assertiva, porque é preciso considerar o cenário de desigualdade, onde as crianças mais vulneráveis estão mais suscetíveis a apresentar resultados não satisfatórios”, observa.

O MEC já anunciou que não haverá edição da avaliação neste ano. A decisão interrompe a série de provas iniciada em 2013. O cancelamento do monitoramento de alfabetização é mais um impacto do aperto nos gastos na área de educação. “Na verdade, o MEC está pensando em outras formas de avaliação, porque não adianta ter um diagnóstico sem intervenção. É preciso criar uma ponte entre o fazer pedagógico com significado para as crianças”, lembra a coordenadora do GT Educação. 




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