Política Titulo São Bernardo
PF investiga secretariado de Marinho em eleição

Gestores de São Bernardo foram enquadrados por
coagir servidores a pedir voto para Dilma em 2014

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
01/09/2015 | 07:00
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Caio Arruda/Arquivo DGABC


A PF (Polícia Federal) apura conduta de integrantes do primeiro escalão do governo do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), por coagir funcionários comissionados a pedir voto à presidente Dilma Rousseff (PT), durante campanha eleitoral de 2014, que terminou com sua reeleição em duelo contra o senador Aécio Neves (PSDB).

A PF confirmou investigação da denúncia (0098/2015-3, IPL 0098/2015-3), destacando que o inquérito está na fase de oitivas. Foram convocados a prestar depoimento na PF a secretária de Orçamento e Planejamento Participativo, a primeira-dama Nilza de Oliveira (PT), o titular da Secretaria de Serviços Urbanos e possível pré-candidato do PT ao Paço, Tarcisio Secoli, e a chefe da Saúde, Odete Gialdi (PT). Os gestores são citados no inquérito por pressionar os servidores a participarem ativamente da campanha de Dilma durante a semana, sábado e domingo.

Reportagem do Diário de 19 de outubro – durante segundo turno eleitoral (eleição ocorreu em 26 de outubro) – revelou e-mail de Nilza direcionado aos 585 funcionários comissionados do governo Marinho, proibindo folgas e férias no período ao determinar atividades eleitorais diárias até o dia 25. Antes, no dia 8 daquele mês – três dias depois do pleito do primeiro turno –, Nilza havia encaminhado documento de endereço particular, ao qual o Diário teve acesso (veja fac-símile), a secretários e diretores, pressionando todo o funcionalismo a atuar ativamente na empreitada de Dilma. O e-mail relata que Marinho instituiu comissão, formada por integrantes do primeiro escalão, para organizar mutirão a favor da petista. “Vamos começar nossas atividades adesivando todos os carros dos comissionados”, notificou na época.

O teor da publicação foi anexado em denúncia protocolada ao Ministério Público (ofício 0113/15 – IC 14.1067.744) pelo vereador da oposição Julinho Fuzari (PPS), que ainda reuniu fotos e áudios envolvendo também Tarcisio e Odete obrigando colaboração dos servidores. Diante do material, o MP abriu apuração e encaminhou investigação à Polícia Federal.

“Procurei reunir evidências relevantes porque houve um exagero sem tamanho por conta da eleição. Durante expediente, os secretários faziam reuniões internas para organizar atividades eleitoral. Um absurdo”, disse o popular-socialista.

O opositor, inclusive, também prestará esclarecimentos sobre o caso, em convocação solicitada pela PF para o dia 30. “Vou tentar colaborar com as investigações, reafirmando o que anexei ao documento, confiando em uma punição”, pontuou Julinho.

Marinho foi coordenador da campanha de Dilma no Estado. Em São Bernardo, a chefe da Nação foi derrotada por Aécio, nos dois turnos.

Procurada, a administração petista argumentou, por nota, “que sempre se pautou pelo mais absoluto respeito à legalidade”, destacando confiar que “não ocorreu nenhum ilícito na atuação dos secretários” citados na apuração. Acrescentou ainda que “tem convicção de que o trabalho sério da Polícia Federal constatará que todas as ações foram amparadas na mais estrita legalidade”. 




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