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Prefeitura desativa o quinto alojamento; restam 3
Bruna Gonçalves
Do Diário do Grande ABC
16/08/2011 | 07:13
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A Prefeitura de São Bernardo desativou na manhã de ontem o alojamento Cora Coralina, no bairro Alto Industrial, o quinto de um total de oito que existiam na cidade. No início de 2009 havia 361 famílias em moradias provisórias construídas entre 1995 e 2006.

Destas, restam 89 que aguardam nos alojamentos Vila Império (Rudge Ramos), assentamento Pedreira (Pedreira) e Madureira (Baeta Neves). Segundo a administração, ainda não há previsão para desativação.

As famílias que deixaram os alojamentos foram beneficiadas com apartamentos em conjuntos habitacionais ou aguardam em moradias alugadas com auxílio do Renda-Abrigo, no valor de R$ 315. Como as 20 do Cora Coralina, que esperam as unidades habitacionais incluídas no Projeto de Urbanização e Saneamento Integrado do Parque São Bernardo, Alto da Bela Vista e Novo Parque. A ordem de serviço para construção das unidades foi dada em julho.

A mãe de Oseas Rodrigues Onofre, 30 anos, morreu antes de realizar o sonho de ter um apartamento. O ajudante de pedreiro conta que a mãe vivia no alojamento desde 2005, quando saíram da área de risco com a promessa de ter a casa própria. Ela morreu em 2010, após complicações de uma cirurgia de estômago. "Ela nunca perdeu as esperanças de mudar de vida. Enquanto morei com ela, até 2006, as condições eram desumanas."

Ele se lembra de ratos, baratas e até cobras que apareciam. "O esgoto era praticamente a céu aberto, às vezes não tinha água. Era muito difícil", explica Onofre.

O Cora Coralina foi construído em 2004 para abrigar famílias que estavam na frente de obras do Projeto de Urbanização do Parque São Bernardo, concluído em 2006. A secretária de Habitação, Tássia Regina, disse que a administração já discutia com os moradores a desativação desde 2009. Com a conclusão da licitação das obras de urbanização, em julho, houve outra conversa para a desativação. Quem também esteve na área na manhã de ontem foi o Prefeito Luiz Marinho (PT).

A babá Lucila de Souza, 24, espera que as melhorias deixem de ser apenas promessas. Há três anos, ela vivia com os dois filhos no alojamento. Ela afirma que as condições de moradia eram precárias, mas garante que esperava sair do local com a certeza de ter uma casa própria. "Foi horrível esses anos. Quando chovia as paredes balançavam, as telhas voavam. Dava muito medo", afirma a moradora, que conferia os destroços da demolição, ontem.




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