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Klinger revela esquema de má-fé
Do Diário do Grande ABC
18/11/2005 | 08:37
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O arquiteto Klinger Luiz de Oliveira Souza, ex-secretário de Serviços da Prefeitura de Santo André, negou nesta quinta-feira na CPI dos Bingos a existência de um esquema de corrupção na cidade. Firme em suas declarações, Klinger revelou detalhes, até então desconhecidos, sobre os motivos que teriam levado os proprietários da Expresso Guarará a fazer a denúncia dias após a morte do prefeito Celso Daniel, em janeiro de 2002.

“A denúncia foi feita de má-fé. A família Gabrilli (dona da Guarará) forjou essa situação para blindar seu contrato.” Segundo o ex-secretário, a empresa de transportes coletivos não vinha cumprindo o contrato com administração pública e chegou a pedir que João Francisco Daniel, irmão do prefeito Celso Daniel, intercedesse junto à municipalidade. “O João Francisco fez uma pressão muito grande e a Prefeitura fez três aditivos, só que essa empresa não cumpria o contrato. No terceiro aditivo, eu disse ao Celso Daniel: ‘Estamos no limite da irresponsabilidade’. O prefeito determinou que fizéssemos pela última vez o aditivo. E a relação com a empresa ficou muito dura a partir daí. João Francisco Daniel foi um lobista exitoso’’, afirmou Klinger.

Rosângela Gabrilli, uma das donas da Guarará, acusa Klinger e os empresários Ronan Maria Pinto e Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, de terem cobrado propina mensal para manter a concessão das linhas de ônibus em Santo André. Ronan, que também foi ouvido nesta quinta-feira pela CPI, negou envolvimento no suposto esquema. Disse aos parlamentares que chegou a ajudar a família Gabrilli, que atravessava problemas financeiros. “Coloquei dois advogados e um auditor para ajudá-los a reerguer a empresa. Isso foi de 1997 a 2001. Não sei porque fizeram essa denúncia sem fundamento. Uma vez chegaram a me procurar para vender a empresa, mas não me interessei pelo negócio, mas eu os ajudei”, disse Ronan.

Crime – Sobre o seqüestro e morte de Celso Daniel, Klinger considerou “fantasiosa, espetaculosa” a hipótese defendida pelo Ministério Público de haver ligação entre as mortes de sete pessoas envolvidas de alguma forma com o crime. “Coincidências acontecem o tempo inteiro na vida da gente”, afirmou.

O senador Antônio Carlos Magalhães quis saber de Ronan Maria Pinto qual sua opinião sobre o crime, se achava que Sérgio Sombra seria capaz de comandar o assassinato e se tinha visto sacos de dinheiro no apartamento de Celso Daniel. O empresário manteve-se sereno e não vacilou ao interrogatório sem fundamento: “Não tenho uma opinião pessoal formada sobre o crime. O MP diz uma coisa, a polícia fala outra, há variações, mas não dá para opinar. O que sei soube por intermédio da imprensa. Quanto aos sacos de dinheiro, jamais estive no apartamento de Celso Daniel.”                                 




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