Emma Thompson gostou mesmo dessa história de roteirizar e atuar simultaneamente em cinema. Premiada com o Oscar nas duas funções – como atriz em Retorno a Howards End (1992) e como roteirista em Razão e Sensibilidade (1995) –, ela repete a dupla jornada em Nanny McPhee – A Babá Encantada, comédia inspirada em uma série de livros infantis da escritora Christianna Brand, publicada no Brasil como Matilda Chegou! (Cia. das Letras).

Claramente derivado de Mary Poppins (1964) e A Noviça Rebelde (1965), o filme de Kirk Jones sustenta-se sobre o velho alicerce da resistência vencida pela ternura. Durante a Inglaterra vitoriana, um viúvo tem de tomar conta de seus sete filhos. Já contratou duas dezenas de babás que não se ajustaram ao cargo, tampouco ao comportamento dos irmãos, cujos modos dificilmente constam de manuais de etiqueta e boa educação.

Eis que surge Nanny (Emma), figura sinistra à primeira vista, com seus trajes apropriados para uma festa de Halloween. Não à toa. A nova ama-seca começa a colocar ordem na casa, com a ajuda de truques e de outras artimanhas que cheiram a feitiçaria. Uma Mary Poppins moderna, dentro de um filme que se contenta em ser apenas simpático.

NANNY MCPHEE – A BABÁ ENCANTADA (Nanny Mcphee, EUA/ Inglaterra/ França, 2005). Dir.: Kirk Jones. Com Emma Thompson, Colin Firth, Imelda Staunton, Angela Lansbury. Estréia nesta sexta no ABC Plaza 6, Shopping ABC 3, Extra Anchieta 6, Central Plaza 7 e circuito. Duração: 97 minutos. Censura livre.