Um racha entre dois carros terminou com a morte do auxiliar de produção Tiago da Silva Moreira, 20 anos, na madrugada de ontem na Avenida Capitão Mário Toledo de Camargo, Vila Pires, em Santo André. Casada há 15 dias com Moreira, Elisângela Pereira, 20, grávida de quatro meses, sofreu fraturas.

Moreira seguia de moto, com a mulher na garupa, para um hospital no Centro da cidade quando a moto foi atingida na traseira por um Astra. O casal chegou a ser socorrido ao Centro Médico Hospitalar, mas o auxiliar de produção teve traumatismo craniano e morreu no hospital.

Elisângela foi internada com fraturas em um dos braços e uma das pernas. Ela não corre risco de morte e foi transferida às 11h30 de ontem para um hospital particular na Vila Mariana, em São Paulo. O bebê não foi afetado.

O motorista do Astra, o metalúrgico Maurício Facioli, 33, nega ter participado de um racha, mas foi indiciado por homicídio doloso (quando há intenção de matar). Ele disse ter sido perseguido por um Gol vermelho e atingido a moto na tentativa de escapar.

A cabeleireira Ivelise do Nascimento, 23, que estava no carro de Facioli, sustenta a versão do amigo. "Não foi racha. Corríamos porque o Gol colou na nossa traseira."

Edson dos Santos Junior, 21, cunhado de Moreira, porém, conta outra versão. Ele seguia ao lado do casal em outra moto, levando a irmã do auxiliar de produção na garupa. Ele conta que ouviu o barulho da freada e percebeu o carro vindo em sua direção. "Ele (Facioli) tentou ultrapassar o Gol pela direita. Gritei para o Tiago, mas não deu tempo".

Um taxista afirma ter testemunhado o racha. "Os dois passaram pela minha esquerda em altíssima velocidade. Dali a pouco eu só vi a fumaça da freada." O taxista garante que o carro dirigido por Facioli passou atrás do Gol e não estava sendo seguido, como a versão apresentada pelos ocupantes do veículo. "Primeiro passou o Gol e depois o Astra."

Moreira foi enterrado na tarde de ontem no Cemitério Curuçá, em Santo André. Familiares ainda estavam chocados com o acontecido. "Eles se casaram há 15 dias. Estavam começando uma vida", lamenta Paulo Rodrigues, tio do auxiliar de produção.