Em Chamas da Vida, a personagem Michele, de Luiza Curvo, ainda não sabe que seu namorado Guilherme, interpretado por Roger Gobeth, é portador do vírus HIV. Mas como a doença está prestes a ser revelada na novela, a atriz já gravou algumas cenas que dão início ao drama. Ansiosa, não vê a hora do resultado ir para o ar. "Acho que as cenas dessa revelação ficaram muito boas. Estou louca para ver", empolga-se Luiza.

A atriz esconde o jogo em relação às conseqüências da doença para a sua personagem. Mas nas ruas, ouve a mesma pergunta de vários telespectadores angustiados. "Todo mundo quer saber se a Michele também vai se contaminar", conta. É uma mostra de que, mesmo tendo sido um tema já abordado dezenas de vezes na ficção, a Aids ainda provoca bastante repercussão. "Fico feliz de falar sobre esse assunto na TV porque vivemos uma fase em que muitos preconceitos estão sendo quebrados", acredita Luiza.

Hoje com 23 anos, a atriz era criança no período do boom da Aids, no final dos anos 1980. Era a época em que a doença condenava os portadores à morte, e que fez diversas vítimas no mundo artístico. Luiza chegou a conhecer pessoas soropositivas, mas que com tratamento e medicação correta, conseguem levar uma vida aparentemente normal.

Para retratar com fidelidade o assunto na novela, ela chegou a conversar com alguns portadores e reviu o filme Filadélfia, sucesso do começo da década de 1990 que mostrava o preconceito sofrido por um talentoso advogado vivido por Tom Hanks, depois que ele descobriu ter a doença. "Consigo imaginar como foi essa época, mas não consigo entender. Pois faço parte de uma geração que já não enxerga a Aids com toda essa intolerância", afirma.

A Aids pode não ser o monstro que parecia no passado, mas, no folhetim da Record, a personagem de Luiza vai enfrentar poucas e boas quando decidir levar o namoro à frente com Guilherme. "A família da Michele não vai se conformar. Mas ela vai lutar por esse amor", adianta a intérprete.

Cinema - Formada em Cinema, a atriz corre atrás de seus próprios projetos para ter a oportunidade de poder falar o que pensa por meio da arte. "É difícil conseguir dinheiro para produzir. Mas a única forma de eu ser autoral é essa. Então batalho", justifica. Ao lado do namorado, o ator José Roberto Jardins, Luiza está finalizando o curta O Artista da Triste Figura. O filme conta história de um artista que ensaia, prepara-se todos os dias, mas ninguém comparece ao teatro onde ele se apresenta. "Ele vai ser exibido em vários festivais. Está lindo", derrete-se a produtora coruja.