Cultura & Lazer Titulo Diadema
Adulto, porém cansado

Com 377 lugares e carecendo de cuidados, espaço
foi reformado em 2005 e não há previsão de reparos

Por Rodrigo Mozelli
25/05/2015 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Diadema abriga um dos principais centros culturais do Grande ABC. Trata-se do Teatro Clara Nunes (Rua Graciosa, 300), fundado em 29 de janeiro de 1983, mesmo ano em que morreu a cantora. Com capacidade para 377 lugares e carecendo de cuidados, foi reformado há dez anos e não tem previsão para fazer os reparos.

Originalmente, o Clara Nunes era apenas um auditório. “Ele foi todo reestruturado para ser um teatro”, acrescenta o secretário de Cultura de Diadema, Gilberto Moura. Em 2005, uma ampla reforma – na qual foi gasto R$ 1,3 milhão, proveniente de parceria com a Petrobras e contrapartida municipal – acrescentou novas iluminações, climatização, camarins, poltronas, entre outros itens. Poltronas que, aliás, passam boa impressão, pois, em geral, estão em bom estado de conservação mesmo após dez anos.

Mas nem tudo são flores. Em alguns assentos é possível encontrar manchas e alguns rasgos. Além disso, outros estão sem o número de identificação. Entre eles, existem alguns especiais para obesos e outros foram retirados para dar espaço a cadeirantes. O mesmo pode se dizer do piso, pois pedaços do revestimento dos degraus estão se soltando, além de que uma tomada (presente no palco) onde passam fios elétricos está sem proteção, que pode ocasionar acidentes.

Nos camarins a estrutura é simples, com cadeiras de plástico dispostas à frente do espelho e há pequeno espaço com chuveiro. No corredor, tem apenas um banheiro para os artistas. E olha que na história já foram muitos. “A primeira apresentação da vida do Clara Nunes foi do pianista Arthur Moreira Lima”, afirma o secretário. Além dele, já passaram por lá Antonio Abujamra, Arnaldo Antunes e Fernanda Montenegro, para citar alguns nomes. Já recebeu também outros eventos, como o Festival Internacional de Folclore.

O secretário ainda afirma que as condições do teatro para espetáculos são suficientes. “O Clara Nunes tem os conjuntos de iluminação e som em bom estado, as cadeiras ainda estão em boas condições, cerca de 90%. O teatro é de porte médio. Logo, vai receber produções de porte médio. Mais do que isso não tem condições.”

O saguão do local não possui lanchonete, mas dispõe de bebedouro e banheiros, além de dois ateliês, salas de artes, de dança e outra multiuso. “Nós temos vários projetos aqui. Atendemos a produção da cidade, temos os circuitos de artes estadual e nacional, além de espetáculos comerciais”, conta o secretário.

Na entrada principal, ninguém passa por aperto. Pode-se deixar o carro estacionado próximo às grandes árvores que cercam o entorno do complexo, ou mesmo encostar o veículo junto às portas, caso haja cadeirante para desembarcar. O acesso também não é difícil, já que o Clara Nunes encontra-se no andar térreo.

O enfoque do complexo é o município, utilizando-se não somente do teatro, mas aproveitando toda a estrutura do local. “Conseguimos atender a produção cultural da cidade e em diversas linguagens. Queremos abrir as portas do espaço para os munícipes”, diz Moura.

Perguntado sobre a possibilidade de nova reforma do teatro, o secretário declara: “Já temos um plano e estamos buscando recursos para viabilizá-lo”, explica ele. 




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