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Lula x Alckmin
Por Leandro Laranjeira
Do Diário do Grande ABC
07/10/2006 | 21:29
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“Lula não tem saída. Tem de participar.” A análise é do cientista político Marco Antonio Carvalho Teixeira. Ele afirma que se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer se reeleger precisa comparecer a todos os debates programados.

E é isso que o presidente-candidato pretende fazer. Neste domingo à noite, às 20h30, ele enfrentará o tucano Geraldo Alckmin, que graças aos 41% de votos obtidos ns urnas forçou a realização do segundo turno.

Ao longo desta semana, o presidente participou de diversas simulações de debate e decorou muitos números para responder às perguntas, principalmente de Alckmin, especialista de administração pública.

Na opinião do analista político, o petista só não venceu Geraldo Alckmin (PSDB) no primeiro turno porque evitou os embates durante a campanha. “A imagem que deixou, da cadeira vazia, foi de quem fugiu, de quem não tinha coragem de enfrentar acusações.”

A presença de Lula neste domingo na Rede Bandeirantes, para muitos, é uma surpresa, visto que durante quase toda a campanha a reeleição era dada como certa no primeiro turno pelos institutos de pesquisa. Será a chance de o petista tentar apagar a má-impressão que deixou, já que historicamente sempre participou de debates.

Analistas compactuam da opinião de que Lula precisa rever o posicionamento. “O debate é a forma de contato com o eleitor. Além disso, os escândalos envolvendo petistas merecem uma explicação melhor por parte do presidente”, avalia Teixeira.

“Como defensora da democracia, é óbvio que acho que o presidente Lula deve participar, como já deveria ter feito nos outros”, sustenta a historiadora da USP (Universidade de São Paulo) Maria Aparecida de Aquino. “Debates sempre contribuem, ainda mais no segundo turno. É o momento para os candidatos mostrarem as diferenças em termos de propostas para o Brasil.”

Ela acredita, ainda, que Lula leva certa vantagem na disputa com Alckmin. A explicação é a quantidade de votos (mais de sete milhões) que Lula teve sobre Alckmin mesmo com todas as denúncias às vésperas das eleições. “Não é pouca coisa. É uma importante diferença que o coloca na condição de superioridade.”

Mas nem todos acreditam na vantagem de Lula. “Sem dúvida, o presidente inicia essa fase desgastado. Ele precisa, agora, estancar o processo de perda de votos, já que Alckmin vem numa crescente. Lula começa atrás”, avalia Teixeira.



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