Política Titulo Contrato
Marinho pagou R$ 27,8 milhões a empresa de irmão de Romero Jucá

Investigada pelo MPF, Diagonal é responsável
por apoio técnico de obras de Mobilidade Urbana

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
24/04/2015 | 07:00
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Montagem/DGABC


O governo do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), tem contrato milionário desde 2011 com o Consórcio Sondotecnica/Diagonal para apoio técnico em obras de Mobilidade Urbana. Integrante da parceria, a Diagonal Empreendimentos e Gestão de Negócios Ltda pertence a Álvaro Jucá, irmão do senador Romero Jucá (PMDB-RR), ex-líder do governo de Dilma Rousseff (PT) e de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Senado. Em quatro anos, a companhia já recebeu R$ 27,8 milhões dos cofres públicos são-bernardenses.

A empresa é alvo de diversas investigações – capitaneadas pelo MPF (Ministério Público Federal), Promotoria de Roraima (Estado onde está base eleitoral de Romero Jucá) e até PGR (Procuradoria Geral da República). As denúncias envolvem suposta influência política do senador peemedebista em contratos com o poder público. Ainda não há condenações.

A Secretaria de Transportes e Vias Públicas de São Bernardo, gestora do contrato com o consórcio, informou que quatro obras estão inclusas no convênio: trechos 1 e 2 do Ribeirão dos Couros; Linha Camargo (que ligará as avenidas dos Flamingos e José Odorizzi até a Avenida Osvaldo Fregonesi); Corredor Leste-Oeste; e Estrada Riuichi Matsumoto (no bairro Cooperativa).

Juntas, as intervenções somam R$ 291,3 milhões. São R$ 59,8 milhões do trecho 1 do Ribeirão dos Couros; R$ 146,5 do trecho 2; R$ 62,8 milhões da Linha Camargo; e R$ 22,2 milhões da Estrada Riuichi Matsumoto. Os empreendimentos são tocados por grandes construtoras, como OAS e Emparsanco, além de Planova Planejamento e Construções S/A e Heleno & Fonseca Construtécnica S/A.

A Prefeitura não se manifestou a respeito das investigações envolvendo a Diagonal. Nestes quatro primeiros meses do ano, a administração Marinho já depositou R$ 2,9 milhões na conta da empresa.

Em 2013, a PGR analisou denúncia que apontava uso da Diagonal para desvio de dinheiro público utilizado em grandes obras do governo federal – caso foi afastado pelo ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal). Diversos contratos da empresa com o governo de Roraima e com a prefeitura de Boa Vista, capital do Estado, foram questionados, pelos valores envolvidos ou pela natureza dos convênios. Em um dos acordos, Álvaro Jucá é citado como laranja do irmão Romero
Jucá na Diagonal, algo que ambos negam.

A equipe do Diário não localizou Álvaro Jucá para comentar o assunto 




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