Normalmente, a introdução do horário de verão ocorre em um fim de semana de outubro – do sábado para o domingo. Porém, a decisão em alterar para um dia da semana foi tomada pelo Ministério das Minas e Energia a pedido do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O motivo é que neste domingo será realizado o segundo turno das eleições em alguns Estados. Com a mudança, a versão 2004/2005 terá nove dias a menos do que 2003/2004.

A medida foi instituída no Brasil em 1931. Naquele ano, todo território nacional adotou o horário de verão. No entanto, desde 1985 o sistema passou a vigorar todos os anos. Portanto, esta será a 31ª vez que os relógios serão adiantados em uma hora.

Há 19 anos, a balconista Vanda Silva Santos, 37 anos, de São Bernardo, sabe bem como funciona o horário de verão. Ela é a responsável pela alteração dos inúmeros relógios de parede e digitais espalhados pela tradicional Casa Kioto, instalada há 46 anos na rua Marechal Deodoro, no Centro. Como a mudança neste ano ocorre em uma terça-feira, o acerto dos ponteiros só será no dia seguinte. “Antes de abrir a loja, às 9h, os relógios serão adiantados.”

Vanda, porém, fala com a experiência de 19 anos no comércio, e, principalmente, em ter de se adaptar ao horário de verão. “O mais complicado é arrumar os relógios musicais e com batidas quando termina. A gente tem de rodar e esperar dar o toque. Só depois é que temos de atrasá-los em uma hora”, explicou. Isso só ocorrerá em 20 de fevereiro de 2005.

Nem todos são simpatizantes do horário de verão, principalmente nos primeiros dias da mudança. A hora de dormir, então, é a campeã no rol das desvantagens.

“A gente fica meio perdido. Dorme mais tarde e acorda mais cedo. Particularmente, não gosto da alteração”, ressaltou a artesã Andréia de Souza Cezar, 28 anos, que reside na Vila Olga, em São Bernardo. Porém, a situação é diferente na função de expositora nas feiras de artesanato da cidade. “Normalmente, como o dia fica claro por mais tempo, a gente acaba expondo uma hora a mais. Sem falar que o pessoal acaba permanecendo mais tempo na rua”, afirmou a artesã da feirinha da praça Lauro Gomes, no Centro.

Para o autônomo Reginaldo Lucas, 31 anos, morador no bairro Barcelona, em São Caetano, o que mata é na hora de acordar. “Preciso de 15 dias para me adaptar”, afirmou Lucas. Já sua mulher Glaucia, 29, apontou somente vantagens. “Demora mais para escurecer e é bem mais fresco no fim da tarde. Sem falar, que o dia fica mais longo”, disse, baseada no sonho de consumo do filho, o pequeno Rafael Lucas, 3, que adora queimar as energias a bordo de uma bicicleta pelo corredor central da avenida Kennedy.