Setecidades Titulo Santo André
Família terá de continuar em cômodo
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
28/12/2011 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


A família que teve o quarto interditado pela Defesa Civil de Santo André por risco de desmoronamento, após ser alertada pelo Diário na segunda-feira, deve permanecer no imóvel de apenas dois cômodos. Agora, restou apenas a cozinha de menos de 4 m² e sem janela. Para a Prefeitura, não é caso de a mãe e os dois filhos, de 6 e 2 anos, serem beneficiados com o aluguel social - R$ 380.

O benefício social, segundo a administração Aidan Ravin (PTB), ocorre apenas em casos de interdição total do imóvel. Quanto ao abrigamento provisório da família, questionado pelo Diário ontem, a Prefeitura informou ser realizado apenas em "situações emergenciais", após esgotadas outras possibilidades, como a "inclusão no aluguel social e apoio de familiares".

Uma assistente social da Prefeitura visitou, ontem à tarde, o local onde Deborah Regina Ferreira Martins, 24 anos, mãe de Helisson e Heverton, reside há quase dois anos. "Ela pediu para eu ir amanhã (hoje) fazer o cadastro para ver se me encaixa em algum programa social da Prefeitura", afirmou a jovem. A família não está inserida em nenhum programa de benefício financeiro.

O que foi confirmado pela Prefeitura. Em nota, o governo informou que Deborah "será incluída em programa de transferência de renda e será atendida com recurso financeiro para compra de alimentação".

A estrutura dos dois cômodos em que a família reside na Rua Amaral Gurgel, no bairro Príncipe de Gales, teria sido abalada por condomínio residencial em construção na Rua Brasílio Machado, 223. A obra dá fundos para o cortiço onde Deborah mora com os filhos.

Ao contrário do informado na segunda-feira, a Prefeitura não enviou ontem técnico para vistoria do prédio em construção. No local, o Diário encontrou novamente a área fechada por tapumes e cadeado. Segundo vizinho do terreno, o proprietário da obra teria morrido há cerca de duas semanas. O arquiteto responsável só retorna ao escritório, no Centro de Santo André, no dia 5.

Desde novembro, porém, o residencial está cadastrado para venda na Márcio Pereira Consultoria de Imóveis. No total, são quatro apartamentos - avaliados em R$ 230 mil (primeiro andar) e R$ 280 mil (cobertura).

Desencontro à parte, Deborah pegou folga ontem do trabalho para tirar os pertences do quarto para a minúscula cozinha. Um sofá será o local para abrigar os três na hora de dormir, desde que a jovem tivesse encontrado local para acomodar as roupas que estavam sobre o móvel à tarde, quando o Diário voltou ao local.

Alimentos, brinquedos e roupas foram doados para a família, que teve um Natal sem presentes e comida. Os meninos ganharam também uniformes do Santos.




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