O Diário do Grande ABC nos Bairros de domingo, em Mauá, antecipará as comemorações do centenário da imigração japonesa, celebrado em 2008.

Os alunos da Escola Estadual Dona Esperança de Oliveira Saavedra organizaram uma exposição com origamis, releituras de quadros japoneses e um livro de contos infantis com lendas do país.

A abertura da mostra começou sexta-feira, com a presença de um japonês que está há 48 anos em Mauá. Masatomi Kojima, 67 anos, fugiu da fome e da miséria que castigavam o Japão em 1959.

Do Porto de Santos, veio direto a Mauá, onde sua família abriu uma fábrica de porcelana japonesa.

“Saímos da pobreza, mas não encontramos nada muito diferente por aqui. Apesar de tudo, foi a realização de um sonho estar no Brasil”, conta o japonês.

Kojima voltou à terra natal apenas uma vez, a passeio, com sua esposa. “Não penso em voltar porque lá está tudo saturado. Não tem lugar para nós.”

Cultura - Hoje, ele se considera aposentado. Dedica-se apenas a ensinar a cultura do Japão aos brasileiros.

Na exposição do colégio, falou da história dos ikebanas, arranjos de flores feitos para harmonizar a casa, e da língua japonesa.

“Tem de saber usar as cores. Não importa o tipo de flor, mas precisam ter harmonia”, explicou.

As letras japonesas parecem ter feito mais sucesso no evento do que os arranjos. As crianças fizeram fila para ver como é a escrita de seus nomes e o da escola estadual. “Eu devia ter feito senha para atender a todo mundo”, brinca o japonês, com o sotaque arrastado mesmo depois de tantos anos no Brasil.

A exposição que poderá ser visitada na ação social foi elaborada durante todo o ano pelos alunos. Eles assistiram a filmes, como A viagem de Chirriro, e ouviram contos passados às crianças japonesas.

O Diário do Grande ABC nos bairros tem o apoio das prefeituras e o patrocínio da Universidade Metodista. (Supervisão de Heloísa Cestari)