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Uma pitada de aventura
Por Vagner Aquino
Enviado a Campinas
31/08/2011 | 07:00
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Foi-se o tempo em que os modelos de carros no Brasil se restringiam a sedãs, peruas e jipões. Na última década, as revendas brasileiras vêm diversificando cada vez mais seu portfólio para agradar a todo tipo de público e, como consequência, abocanhar um grande número de vendas. Essa é uma situação que a Volkswagen conhece bem, já que, há mais de 24 anos, seu modelo de entrada (o Gol) é o rei absoluto de emplacamentos - só em julho, foram 25.844 unidades, 955 a mais do que o segundo colocado, o Fiat Uno que, junto com o irmão mais velho, Mille, conquistou 24.929 compradores Brasil afora.

Para manter suas vendas em alta, a montadora - que hoje detém 22,22% de participação de mercado no acumulado do ano no Brasil e abocanha o segundo lugar do ranking, conforme apontam os dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) - está de olho num segmento que vem rendendo comentários. Estamos falando dos urbanos com pinta de aventureiros, ou modelos off-road leves, como preferir, e resolveu lançar a Space Cross. Matou a charada? Sim, é o mais novo concorrente de modelos como Fiat Palio Adventure e Peugeot 207 Escapade.

Com base na Space Fox - cuja última reestilização foi lançada há um ano - o veículo traz como principais apelos a suspensão elevada, o acabamento diferenciado e, para agradar a gregos e troianos, vasta lista de equipamentos de série, como computador de bordo com sete funções, espelho retrovisor interno antiofuscamento, acendimento automático dos faróis (com função coming & leaving home), sensor de chuva, retrovisor externo com função tilt down (que se move para baixo quando a marcha à ré é engatada) e sensor de estacionamento traseiro. Ar-condicionado, air bag duplo, freios antitravamento, direção hidráulica e trio elétrico também fazem parte da lista.

A roupagem aventureira segue o espírito dos veteranos CrossFox e Saveiro Cross. Destaque para o para-choque dianteiro com grade tipo colmeia, e, como não poderia deixar de ser, ladeada pelos grandes faróis auxiliares de dupla função.

Vista de lado, o largo friso de plástico, que abriga a identificação do modelo, divide o destaque com as molduras negras das caixas de rodas e estribos laterais. Por falar em lateral, como de praxe, as rodas ganharam novo desenho. São de liga leve com 15 polegadas, pintadas em cinza e calçadas por pneus 205/55 (maiores e mais largos que os da versão convencional).

No teto, as barras longitudinais negras vão de uma ponta a outra. Atrás, lanternas escurecidas e para-choque com retro-refletores na parte debaixo conferem o ar de novidade.

Ao contrário do laranja que deu nova cor às cinzentas ruas brasileiras, o vermelho Apple se encarregou de ser o tom de lançamento da perua e tingiu 200 unidades.

 

INTERIOR

No habitáculo, a novidade fica por conta de itens como as mesinhas do tipo avião - para quem viaja no banco traseiro. Os vários porta-objetos da SpaceFox foram mantidos. A diferença fica por conta dos pedais em alumínio e das soleiras internas com inscrições em alusão à nomenclatura do modelo, que também aparecem na manopla do câmbio.

A boa ergonomia continua prevalecendo a bordo da perua derivada do Fox, mas, no modelo Cross, os bancos adotaram novo tecido. O revestimento em couro é opcional.

Ainda na lista de opcionais, o modelo maquiado de aventureiro pode ter CD player com entrada USB, bluetooth e entrada SD card, além de coluna de direção com ajuste de altura e profundidade e volante multifuncional. As variantes com transmissão I-Motion vêm com shift paddles, borboletas para a troca de marchas atrás do volante.

 

Desbravando asfalto e terra

 

Por R$ 57.990, a Space Cross traz embaixo do capô o motor 1.6 VHT Total Flex de até 104 cv com etanol (101 cv com gasolina). O modelo também é disponível na versão automatizada, que não sai por menos de R$ 60,9 mil.

Antes de falar do teste, vale mencionar o trabalho feito na suspensão. Para dar um ar mais aventureiro, a Space Cross está mais alta em 5 centímetros, contando com o acerto na suspensão (que cresceu 3,3 centímetros na dianteira e 3,5 centímetros atrás) e com os pneus. Segundo a Volks, os discos dos freios também cresceram, assim como as bitolas. A função destas é dar mais estabilidade ao veículo.

Rodamos 160 quilômetros. A primeira metade, com a versão topo de linha, equipada com câmbio automatizado I-Motion. Nada muda, os trancos entre uma marcha e outra continuam constantes, melhor trocar nas borboletas. Por outro lado, o modelo responde bem ao comando do pé direito. A aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 12 segundos e a perua chega a 177 km/h (com etanol). Já com gasolina no tanque, os números são de 12,3 segundos e 175 km/h, respectivamente. De acordo com a marca, o consumo médio é de 13,8 km/l com gasolina e 9,3 km/l bebendo etanol.

Mas se você gosta mesmo de dirigir, a melhor opção é o câmbio manual de cinco velocidades. Com ótima pegada e boa estabilidade, o modelo com esta caixa chega aos 100 km/h em 11,5 segundos e tem velocidade máxima de 177 km/h com etanol. Números que sobem para 11,8 segundos e 175 km/h de máxima com gasolina.




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