Mesmo prestes a completar sete anos no comando do Executivo, o PT de São Bernardo vivencia drama de projeto político. A vereança do partido, por exemplo, amarga processo de estagnação em sua trajetória eleitoral, sem visualizar chances de alçar voos mais altos. Desde 2002, quando a então vereadora Ana do Carmo se elegeu deputada estadual, o petismo evitou dar respaldo aos demais parlamentares em outras empreitadas, optando por promover nomes de outras esferas.

Em 1994, o então vereador Wagner Lino foi a aposta do PT na disputa por cadeira na Assembleia e venceu. Dois anos depois, ele foi o representante da legenda na disputa ao Paço, mas foi derrotado por Maurício Soares, que, na ocasião, estava no PSDB.

Hoje, as situações emblemáticas são encaradas pelos mais antigos petistas no quadro do Legislativo: Toninho da Lanchonete, na vereança há 20 anos, Tião Mateus, que em janeiro completa 15 anos de Casa, e José Ferreira, que está em sua oitava legislatura. Atualmente, a sigla ainda é representada pelos debutantes José Cloves, José Luiz Ferrarezi e Marcos Lula, além de Paulo Dias e Luizinho, que estão em segundo mandato.

Abertamente, os parlamentares não se queixam e enfatizam discursos voltados ao fortalecimento do partido. Porém, não escondem a insatisfação ao constatarem a predileção da cúpula do petismo na promoção de outros nomes. Os casos mais recentes foram as apostas do Executivo nas candidaturas do dirigente esportivo Luiz Fernando Teixeira e Teonílio Monteiro da Costa, o Barba, à Assembleia Legislativa.

Zé Ferreira chegou a costurar internamente condições para concorrer a uma das vagas do Parlamento estadual, mas desistiu após intervenção do prefeito Luiz Marinho.

Para o futuro, os petistas seguem desesperançosos, pois já estão cientes que a próxima candidatura a ser bancada é a do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, muito provavelmente ao cargo de deputado federal, em substituição a Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, que, mesmo reeleito em quarto mandato, viu seus votos encolherem em outubro.

EMBATES

Embora não assumam publicamente suas frustrações, os vereadores também não deixaram passar em branco sua contestação durante a escolha do presidente da Câmara.No momento final, à espera do crivo de Marinho, Zé Ferreira e Toninho da Lanchonete pleitearam a chance de concorrer ao cargo máximo do Legislativo, entretanto, o chefe do Executivo já havia optado por Ferrarezi. O debate foi tenso e a longevidade na Casa foi colocada em discussão, porém sem sucesso.