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Com contrato renovado, meia Chiquinho busca se afirmar

Jogador do Ramalhão fez sete cirurgias e tem
uma bala alojada a dois centímetros do coração

Por Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
28/12/2014 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


As últimas cinco temporadas foram bastante semelhantes para o meia Chiquinho, do Santo André. Cercado de expectativa, o jogador buscava trabalhar da melhor maneira para jogar com a camisa ramalhina. Mas o destino lhe aplicou oito duros golpes neste meio-tempo. Foram sete cirurgias (quatro no joelho esquerdo – todas no ligamento cruzado –, duas no direito – uma de ligamento cruzado e uma artroscopia –, além de uma por estresse no tornozelo) e um tiro que levou em tentativa de assalto que o deixou com uma bala alojada a dois centímetros do coração.

Eram muitos ingredientes para desistir da carreira. Mas o atleta fez exatamente o contrário e termina 2014 recompensado: teve o contrato renovado até o fim do Campeonato Paulista da Série A-2.

Aos 25 anos, neste ano ele contou com o respaldo da diretoria, comissão técnica, médico e fisioterapeutas do clube para reencontrar sua melhor condição física. Inclusive, passou até por períodos de treino com a estrutura e o staff do Corinthians, no CT Joaquim Grava, para alcançar tal situação.

Para Chiquinho, o tratamento deu resultado. “Nos outros anos projetei a volta, mas sempre com dúvidas e receios de não dar certo. Neste ano, não. Estou totalmente confiante e certo de que está tudo bem, que meus joelhos desta vez vão aguentar. Isso também muito por conta do trabalho feito no Corinthians, me deram a maior força, e devo muito ao Santo André, que me proporcionou essa oportunidade”, destacou o meia ramalhino.

De acordo com o diretor de futebol Juraci Catarino, a prorrogação contratual de Chiquinho não envolveu apenas o lado racional, mas o passional. “A determinação, a força de vontade que ele tem demonstrado mesmo com todas as adversidades que teve, sem abaixar a cabeça ou desistir, são mais motivos para a gente acreditar nele e o clube tem feito todos os esforços para finalizar essa recuperação”, afirmou. “Fizemos prorrogação até o fim do Paulista, porque queremos utilizá-lo. A recuperação dele está sendo bastante consistente, a gente sabe que o caso dele é complexo, que teríamos de ter paciência. Mas contamos com a possibilidade de utilizá-lo”, emendou o dirigente.

Com a evolução de sua recuperação, Chiquinho se colocou à disposição do técnico Ivan Izzo para a disputa da Copa Paulista. No entanto, o meia teve de se contentar em participar apenas dos treinos e dos coletivos. Em 2015, porém, tem tudo para ser seu ano, afinal mesmo com a restrição de 25 atletas de linha que podem ser inscritos na Série A-2, o meia está nos planos. “Fiquei bastante feliz pela renovação. Esperava por isso, por meu trabalho, porque voltei a treinar bem e venho mostrando que tenho condições de apresentar um grande futebol. Fiquei agradecido por este apoio e agora é voltar e fazer valer a pena. É treinar, trabalhar para 2015 ser diferente”, comprometeu-se.

Revelação da base andreense, o jogador chegou ao clube em uma das melhores épocas ramalhinas, em 2004, ano do título da Copa do Brasil. De lá para cá, cresceu e evoluiu ao lado de outros atletas que se formaram no Santo André, como Willians, Junior Dutra e Ricardo Goulart. No entanto, por conta das lesões, acabou perdendo espaço, mas nada que tire sua disposição. “Sou do Piauí, mas moro em Santo André desde os 2 anos. Cresci vendo Tássio, Sandro Gaúcho, Elvis. Posso falar que sou andreense de coração, clube que amo, gosto e quero representar”, concluiu.




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