Economia Titulo Emprego
Região fecha quase 3.000 vagas com carteira neste ano
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
19/12/2014 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


O Grande ABC fechou quase 3.000 postos de trabalho com carteira assinada no ano até novembro. Foram precisamente 2.857 vagas eliminadas, de acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, divulgados ontem. Esse saldo (diferença entre contratações e demissões) contrasta com a abertura de cerca de 15 mil empregos na região no mesmo período de 2013. 

A situação do mercado de trabalho nos sete municípios, neste ano, só não ficou pior porque o setor de serviços compensou o forte volume de demissões ocorridas na indústria, com a geração de 6.615 vagas. As fabricantes cortaram quase 12 mil empregos (11.836) no mesmo período, dos quais 1.107 só em novembro. 

Empresas de outros segmentos também ajudaram a contrabalançar parte dos postos perdidos no setor industrial: o comércio abriu 1.757 e, a construção, 606 postos nos 11 meses iniciais deste ano. 

Por ser uma região tradicionalmente industrial, o Grande ABC sentiu mais que outras regiões do País o baixo crescimento econômico e os efeitos de uma política cambial, nos últimos anos, que contribuiu para retirar competitividade do produto nacional em relação aos importados, favorecendo a exportação de empregos (ou seja, a geração de vagas em fábricas em outros países), avalia o professor de Economia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Volney Gouveia. “A política de câmbio fora do lugar promoveu processo de desindustrialização na região”, afirmou. 

Na sua avaliação, a valorização do dólar nas últimas semanas – a moeda norte-americana chegou a passar de R$ 2,70 há poucos dias – traz alento para os industriais, que podem voltar a ficar competitivos no Exterior, mas os resultados disso não devem ser sentidos neste ano. 

Gouveia acrescenta que, apesar desse volume de demissões na indústria, a taxa de desemprego na região, ao longo deste ano, não teve forte crescimento, devido às vagas no terciário (os ramos de serviços), que seguiram em alta. Por sua vez, o comércio gerou só em novembro 1.608 postos de trabalho nos sete municípios, seguindo trajetória habitual de contratações de temporários para atender o consumidor nos últimos dois meses do ano. 

 O Caged considera apenas os dados de emprego com carteira, passados pelas próprias empresas. 




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