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Israel atrasa missão da ONU que investigaria o que aconteceu em Jenin
Por Das Agências
24/04/2002 | 08:46
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Israel retardou nesta quarta-feira o envio da comissão de investigação da Organização das Nações Unidas (ONU) encarregada de esclarecer o que ocorreu no acampamento de refugiados de Jenin durante a recente ocupação por parte do exército judeu. Há suspeita de que houve massacre dos palestinos.

O primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, pediu o adiamento da chegada da delegação, já que acha que deveria incluir mais técnicos militares e antiterroristas e não tantos políticos. O pedido foi acatado, mas o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, quer que a missão chegue a Jenin até sábado. Para um dos principais negociadores palestinos, Saeb Erakat, isto prova que Israel tem "coisas para esconder".

O envio desta delegação internacional se acelerou depois que o enviado especial das Nações Unidas, Terje Roed-Larsen, assegurou, depois de visitar o acampamento de Jenin, que a destruição e a desolação causadas durante nove dias de combates entre israelenses e palestinos "superam a capacidade do entendimento humano".

O número de mortos ainda é uma incógnita: centenas para os palestinos, algumas dezenas para os israelenses. Até agora, uns 50 cadáveres foram recuperados das ruínas.

Três semanas depois de iniciar uma operação militar sem precedente na maior parte da Cisjordânia, chamada de Muralha, o primeiro-ministro israelense Ariel Sharon anunciou o fim da primeira parte da ofensiva, embora tenha assegurado que a luta contra o terrorismo continua.

O Governo de Israel ainda tem de enfrentar três difíceis questões: a basílica da Natividade em Belém, o isolamento do presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat, em Ramallah (Cisjordânia) e a polêmica sobre o acampamento de refugiados de Jenin.

Em Belém, continuam esta quarta-feira as negociações para fugir do beco sem saída em que se encontram mais de 200 palestinos entrincheirados na basílica da Natividade há uma semana.

Encontro-Por outra parte, a diplomacia européia conseguiu a permissão de Sharon para visitar o líder palestino em Ramallah, onde permanece confinado pelo exército israelense desde o dia 29 de março. O representante da Política Externa da União Européia, Javier Solana, e o enviado especial da UE para o Oriente Médio, Miguel Angel Moratinos, se reunirão também nesta quarta-feira com Sharon e vários membros de seu governo.

Há duas semanas, os dois representantes europeus voltaram a Bruxelas com as mãos vazias depois de chocar-se com a firme recusa do Governo israelense para visitar Arafat. Segundo o ministro israelense de Relações Exteriores, Shimon Peres, foi um mal-entendido.

No centro da Faixa de Gaza, três escolares palestinos foram mortos por soldados israelenses na noite passada na colônia de Netzarim, sob alegação de que os meninos eram "terroristas perigosos".




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