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Três prefeitos divididos
Por Sérgio Vieira
Do Diário do Grande ABC
28/07/2006 | 08:21
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Pelo menos três prefeitos da região, que compõem o bloco de apoio às candidaturas de José Serra ao governo do Estado e de Geraldo Alckmin à Presidência (ambos do PSDB), têm opiniões divergentes sobre o tema reeleição. Enquanto que William Dib (PSB), de São Bernardo e Clóvis Volpi (PV), de Ribeirão Pires, propõem o fim da medida e aumento no período do mandato, Adler Kiko Teixeira (PSDB), de Rio Grande da Serra, se mostra  favorável a uma gestão consecutiva.

Na prática, Volpi e Dib pensam como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – que apesar de buscar um novo mandato, não tem simpatia pela medida – e Kiko tem o mesmo raciocínio de Alckmin – que já deixou claro que, se eleito, não fará nenhum esforço para mudar o sistema atual.

Além de acabar com a medida, Dib se mostrou favorável a um governo de cinco anos. “Acho muito pouco quatro anos para executar todo o plano de governo. E para economizar os recursos públicos, seria importante que as eleições fossem feitas todas de uma só vez, de vereador a presidente.”

Volpi foi além. Para ele, o mandato de prefeitos, governadores e presidente deveria ser único e de seis anos. “Esse seria um ótimo prazo. Com a reeleição, você governa o primeiro mandato já pensando no próximo. Acho que até o segundo mandato do Fernando Henrique Cardoso foi um erro. O País poderia ter avançado com outro.” Ele ainda acha que após o fim do mandato, o governante não poderia se candidatar nunca mais.

“Se eu estivesse em Brasília em janeiro de 1997 (quando foi aprovada a reeleição), talvez votasse a favor da medida, por não ter vivenciado a experiência. Mas depois de ter conhecido o desgaste que causou, voltaria atrás”, analisa o prefeito de Ribeirão.

Debate – Dib se mostra favorável à participação de Serra em debates com o senador Aloizio Mercadante (PT), candidato do partido ao governo do Estado, desde que Lula aceite debater com Alckmin. “Tem de haver igualdade. Não é justo quem está com a caneta na mão ter um tipo de exposição e quem não é governo ter outra.”

Volpi acha que Serra deve comparecer, independentemente do posicionamento de outros candidatos. “Tem de ir. Político pensa que quando está na frente nas pesquisas só tem a perder. Não é assim. Debate é esclarecedor.” Para o chefe do Executivo de Ribeirão, a ausência do tucano será uma contradição. “Em 2002, Serra aceitou debater com Lula (os dois disputavam a Presidência). Por que sua posição iria mudar agora? O meu conselho é que ele debata com os adversários”.



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