Política Titulo Diadema
Lauro é absolvido pelo relator da CPI da Saúde

Albino aponta subfinanciamento do SUS como principal responsável por crise no setor em Diadema

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
29/10/2014 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Relator da CPI da Saúde, o vereador governista Albino Cardoso (PV) eximiu de culpa a administração do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), nos problemas no setor. Em relatório assinado no dia 15, o correligionário do chefe do Executivo cita defasagem na transferência de recursos federais para Saúde dos municípios em geral para justificar sua decisão.

“Não conseguimos identificar nenhuma espécie de improbidade administrativa por parte dos atuais gestores da Saúde de Diadema, em face das irregularidades apontadas no requerimento de instalação da CPI, até porque as situações lá explicitadas fogem do controle do Executivo municipal”, argumentou Albino, em documento obtido pelo Diário.

Nas 33 páginas, o parlamentar discorre sobre crise de subfinanciamento do SUS (Sistema Único de Saúde) em Diadema e no País, trazendo dados de outras cidades e Estados. Segundo ele, 90% dos problemas apontados na CPI têm como base a ausência de verba dos governos federal e estadual para custear a máquina municipal. Atualmente, a Secretaria de Saúde do município consome 30% do Orçamento de R$ 1 bilhão.

Instituída em maio, a comissão buscava apurar responsáveis por 12 pontos críticos da Saúde diademense, entre os quais debandada de médicos da rede municipal, falta de medicamentos e de materiais de higiene pessoal dos profissionais, do fechamento da UTI pediátrica do Hospital Municipal, da baixa cobertura do PSF (Programa Saúde da Família) e da paralisação das obras da UPA (Unidade de Pronto Atendimento 24 horas) de Piraporinha.

“Não tenho procuração para defender o prefeito (Lauro) nem o secretário (José Augusto da Silva Ramos, PSDB, de Saúde). A realidade está aí”, afirmou Albino. “Ouvimos 11 pessoas, desde diretores ao secretário. Providências estão sendo tomadas, mas é público que há problema de financiamento. Em 2003, por exemplo, 100 médicos e 400 profissionais pediram demissão em Diadema. Por isso, não dá para culpar essa ou aquela gestão”, emendou o verde, resgatando crise enfrentada no segundo mandato de José de Filippi Júnior (PT).

O relatório será apresentado hoje aos demais integrantes da CPI – grupo é formado ainda por Ricardo Yoshio (PRB), Luiz Paulo Salgado (PR), José Dourado (PSDB) e Josa Queiroz (PT), que já adiantou que trará conclusões paralelas sobre deficiência na Saúde. “Não podemos culpar A ou B. Lidamos com vidas e precisamos ter força-tarefa para buscar soluções. Não adianta querer cabeça de secretário ou prefeito sem olhar seriamente para o problema”, disse Albino, questionado sobre possíveis críticas da oposição sobre o relatório não apontar culpados sobre a crise. 




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