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Trocas movimentam comércio da região

Setor estima que a cada 10 pessoas que vão substituir o presente, oito comprem algo a mais

Por Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
27/12/2019 | 07:28
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Nario Barbosa/DGABC


No dia seguinte ao Natal, principal data para o comércio, a movimentação nas lojas da região foi aquecida por causa da troca de presentes. A estimativa do setor é a de que, a cada dez consumidores que efetuem a troca de algum item, oito complementem o valor, levando algo mais caro, ou comprem mais algum produto.

No Grand Plaza Shopping, localizado na região central de Santo André, o fluxo de pessoas era intenso na tarde de ontem. Segundo a gerente da loja Magrelli, especializada em moda e acessórios, Priscila Santiago, média de 30% dos clientes que compareceram ao local na data foram substituir alguma peça.

“Poucos consumidores fazem a troca pelo valor idêntico do que ganharam. Temos uma sessão grande de blusinhas a R$ 19,90, e muitas pessoas que receberam este presente e vêm trocar acabam levando um vestido que é mais caro, ou complementando com outras peças para usar na virada do Ano-Novo ou em alguma viagem”, disse ela.

A vendedora responsável da loja QStillo Fátima Diniz afirmou que o movimento ontem ficou 10% maior do que em dias comuns. “Orientamos os nossos clientes a efetuarem as trocas a partir de janeiro, até por conta de ter uma variedade maior de peças. Mas observamos que o shopping está mais cheio hoje (ontem).”

De acordo com o diretor da SOL (Sociedade Oliveira Lima e Região), Djalma Lima, a expectativa é que a movimentação maior do comércio, ampliada em 20% se comparada aos dias normais, aconteça até amanhã. “Depois o pessoal vai viajar, mas até sábado (amanhã) esperamos um movimento maior. As trocas são muito importantes para o comércio, porque temos uma média de que a cada dez consumidores que trocam alguma coisa, de sete a oito se transformam em outras vendas”, afirmou.

A arquiteta Amanda Erdoeg, 35 anos, moradora do Baeta Neves, em São Bernardo, foi acompanhar a mãe na troca de calçado que não serviu. “Vou aproveitar a vinda ao shopping para comprar uma calça para passar o Ano-Novo”, disse ela, que pretendia gastar média de R$ 60.

Já a dentista Monise Belini, 25, moradora do Parque das Nações, em Santo André, foi focada na troca. “Vou viajar, então aproveitei para já fazer isso, pois quero usar as roupas e o calçado. Eu não esperava que o shopping estivesse tão cheio. O meu intuito é não comprar nada e só fazer a troca mesmo”, disse.

“O objetivo é sempre economizar, mas como acabamos fazendo um passeio, pelo menos para comer a gente acaba gastando algo”, afirmou a assistente administrativa Rosimeire Alves, 48, moradora do Parque das Nações que acompanhava o filho na troca de um brinquedo.


Vendas de Natal são maiores desde 2014

As vendas de Natal nos shoppings cresceram 9,5% em 2019 em relação ao ano anterior. Trata-se do melhor desempenho desde 2014, início da crise econômica, a pior da história do País, segundo levantamento da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping).

As vendas no período injetaram R$ 37 bilhões na economia brasileira. Ao longo de 2019, as vendas cresceram 7,5% no varejo de shopping, o que corresponde a faturamento de R$ 168,2 bilhões. Os presentes mais procurados nos estabelecimentos durante o Natal foram itens de moda masculina (58% dos consumidores).

Na região, porém, a PIC (Pesquisa de Intenção de Compra) da Universidade Metodista de São Paulo apontou estimativa de movimentação de R$ 286 milhões no comércio, queda real de 4% em relação ao ano passado, por causa do fraco desempenho da indústria.  




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