O aposentado Linelton de Moraes Pontes, 75 anos, está indignado com a postura adotada pelo Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, nos últimos meses. Segundo ele, desde abril a unidade vem adiando suas consultas marcadas com médico pneumologista.

Pontes sofre de enfisema pulmonar e realiza tratamento na unidade desde 2007. Ele conta que comparecia ao hospital quase todos os meses. Em outubro do ano passado, quando foi atendido pelo médico pela última vez, foi informado de que o retorno só seria necessário neste ano.

Dois dias antes da consulta marcada para 10 de abril, Pontes conta que recebeu telefonema do hospital e foi informado de que seu comparecimento havia sido adiado para 3 de maio. O problema é que isso aconteceu mais duas vezes. “Dias antes ligaram novamente informando que a consulta só ocorreria em 14 de junho (ontem). A nova data chegou e mais uma vez e avisaram que só devo passar com o médico em 23 de agosto. O que mais me irrita é desmarcarem sem explicar o porquê”, conta o aposentado.

“Sempre gostei do tratamento do Mário Covas, mas agora as coisas mudaram e foi para a pior. Estou com data marcada para retirar os dois remédios que utilizo diariamente e a receita está vencida. Em março deste ano fiz exame de função pulmonar e até agora não sei o que tenho porque o médico não viu. Se o problema do hospital for falta de médico, isso não é problema do paciente”, completa.

A Secretaria de Estado da Saúde, responsável pelo Hospital Mário Covas, afirmou que a informação dada pelo aposentado não procede e que havia uma consulta agendada para 24 de maio que precisou ser remarcada para 21 de junho porque houve necessidade de priorizar o atendimento a outro usuário com quadro clínico de urgência. Informaram também que a unidade entrará em contato com o paciente para reforçar a data agendada para consulta com pneumologista.

A equipe do Diário teve acesso à caderneta de atendimento de Pontes e constatou que as consultas estavam marcadas para as datas que o paciente informou.

Tentando entender o motivo das remarcações, o aposentado disse ter ido ontem ao centro médico, onde funcionários informaram que o pneumologista que faz seu acompanhamento não trabalha mais no hospital. “Confirmaram minha consulta para 23 de agosto, mas não souberam dizer por que fizeram as remarcações.”