Docentes, estudantes e servidores técnico-administrativos das universidades federais em greve realizarão manifestações hoje em frente às sedes do Banco Central de várias capitais do país. O ato é uma forma de denunciar a atitude do governo de não privilegiar a educação dentro do Orçamento da União.

Na Capital, representantes da Unifesp (incluindo o campus Diadema), UFABC e UFSCar farão ato na Avenida Paulista, a partir das 11h30. A concentração será no vão-livre do MASP e os manifestantes devem caminhar até a sede do Banco Central, na Capital. O ato também contará com a participação de representantes de outras categorias do serviço público federal.

A greve dos docentes das universidades federais completou 40 dias e atinge quase a totalidade das instituições do País, cerca de 56 das 59. A reivindicação do Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) é por reestruturação do plano de carreira dos docentes. Atualmente, são quatro níveis de cargos - auxiliar, assistente, adjunto e associado -, divididos em quatro classes cada. A proposta é para divisão dos professores em 13 níveis remuneratórios com variação de 5% entre eles a partir do piso de 20 horas correspondentes ao salário-mínimo do Dieese - R$ 2.329,35. Até o momento, no entanto, a categoria afirma que o governo federal não apresentou nenhuma proposta aos docentes e já desmarcou duas reuniões de negociação.

A paralisação nas universidades federais é a mais forte em pelo menos uma década. Além dos professores, os servidores técnico-administrativos iniciaram greve nacional no dia 14 de junho e greves estudantis também foram deflagradas em mais de 30 instituições, incluindo as localizadas na região. Ao todo, são cerca de 12 mil alunos sem aulas e aproximadamente 630 docentes de braços cruzados no Grande ABC.