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Com 200% de aumento nas mortes, Mauá vai ampliar medidas restritivas

Prefeitura quer subir de R$ 231 para R$ 4.634 multa para estabelecimento que desrespeitar regras e pretende fazer barreiras sanitárias

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
03/06/2021 | 07:00
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Nario Barbosa/ DGABC


Com mais 13 mortes reportadas ontem, Mauá viu crescer em 200% a média móvel de óbitos de munícipes em razão do novo coronavírus. De acordo com os boletins epidemiológicos disponibilizados pela Prefeitura, nos últimos 14 dias foram 124 falecimentos, média de nove por dia, contra três perdas a cada 24 horas registradas nos 14 dias imediatamente anteriores, que somaram 35 mortes.

O aumento abrupto fez o prefeito Marcelo Oliveira (PT) convocar reunião extraordinária do comitê municipal de crise intersecretarial para o enfrentamento à Covid na segunda-feira para discutir ações que a Prefeitura possa tomar para melhorar a fiscalização e diminuir a aglomeração de pessoas nas ruas da cidade.

Entre as determinações está o aumento no valor das multas aplicadas em quem promover ou participar de festas clandestinas. Atualmente, o estabelecimento que organizar encontros fora das regras sanitárias, ou seja, após às 21h e que não atenda aos critérios do Plano São Paulo que permite presença de até 40% da capacidade, é multado em R$ 231, 73. Em caso de reincidência, o infrator é autuado em R$ 926,92, podendo, além disso, ter suas licenças e/ou alvarás cassados e o empreendimento lacrado. A Prefeitura vai enviar texto para a Câmara que autorize o município a aumentar os valores dessas multas para R$ 4.634,60 e R$ 46.346, respectivamente.

O petista prometeu também seguir exemplos das vizinhas Santo André e São Bernardo e vai organizar barreiras sanitárias em pontos estratégicos da cidade para tentar diminuir a circulação de carros e pedestres, além de marcar presença nas feiras livres para aferir a temperatura corporal, disponibilizar álcool gel e orientar frequentadores e trabalhadores sobre a importância de se respeitar os protocolos sanitários e evitar a contaminação pelo novo coronavírus.

Na avaliação de Marcelo Oliveira, as medidas são necessárias porque o poder público observou que os números da pandemia “voltaram a apresentar índices alarmantes em nossa cidade no último fim de semana”. Outra ação do governo petista foi protocolar, terça-feira, ofício no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. No documento, o chefe do Executivo de Mauá solicita, em regime de urgência, reunião com os demais prefeitos da região. “Precisamos, o mais rapidamente possível, debater a adoção de novas ações para o enfrentamento à Covid. E precisamos fazê-lo conjuntamente, pois, na nossa avaliação, medidas isoladas não têm o efeito esperado”, reforçou Marcelo Oliveira.

NOVA METODOLOGIA
O aumento no número de mortes registrado por Mauá está relacionado com a forma como a Prefeitura passou a computar mortes nos boletins. Antes, o documento trazia os falecimentos ocorridos nas últimas 24 horas e agora traz todos os óbitos, independentemente de quando foi comprovado que a causa foi o novo coronavírus.

A mudança, que é mais transparente e que traz informações mais próximas à realidade, levou a cidade do Grande ABC ao sétimo posto entre os municípios do Estado com a maior variação de mortes nos últimos 14 dias, de acordo com dados da plataforma SP Covid Info Tracker, gerida por pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista), da USP (Universidade de São Paulo) e do Cemeai (Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria). 




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