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S.Caetano atrasa instalação de câmeras em áreas de divisa

Prefeitura previa reforço da Segurança até o início do ano; burocracia retardou processo

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
15/05/2018 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


Apesar da promessa de instalação de câmeras de videomonitoramento nas áreas que fazem divisa com São Caetano até o início deste ano, a questão ainda é objeto de estudo. Trecho que corresponde às avenidas Guido Aliberti e Almirante Delamare, no limite com a Capital, continuam trazendo medo aos motoristas a cada passagem, por serem cenário de constantes ações de criminosos, incluindo arrastões à luz do dia.

O estudo foi iniciado em novembro de 2017 e, segundo a Prefeitura, os critérios de análise “são estratégicos, por isso não divulgados”. O prazo para que as câmeras já estivessem em operação foi dado em julho do ano passado ao Diário pela secretária de Segurança de São Caetano, Elaine Maria Biasoli, no entanto, o atraso se deu em razão “do planejamento e trâmites burocráticos financeiros e de contratação”, informou a titular da Pasta.

De acordo com a Prefeitura, a expectativa é a de entregar a análise em 60 dias. Por ora, a única definição é o número de câmeras que serão instaladas: 13 equipamentos. Sobre os endereços, a administração disse que eles “serão divulgados oportunamente” e que a estimativa de data para que elas entrem em operação “depende da finalização total do projeto”. O investimento para aquisição está em estudo e “na dependência, inclusive, de licitações”, salientou o Executivo.

Na cidade, as 13 entradas e saídas estão monitoradas com o Detecta, sistema de inteligência e informação aplicado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado em convênio com a Prefeitura. Desde dezembro, os locais contam com 37 câmeras. Os equipamentos leem as placas dos veículos e aqueles que são produto de furto ou roubo têm os dados encaminhados em tempo real às viaturas da Polícia Militar e a uma central estratégica da GCM (Guarda Civil Municipal).

O sistema Detecta também está conectado às outras câmeras de trânsito do município. Com isso, o monitoramento de segurança está em 27 pontos de controle da cidade, perfazendo total de 64 leitores automáticos de placas (câmeras). No primeiro trimestre de 2018, foram recuperados 66 veículos que haviam sido roubados/furtados, um acréscimo de 65% com relação ao ano passado, quando o total foi de 40 veículos.

MEDO
Com a fama de um dos lugares preferidos para ação dos criminosos, passar pela divisa entre São Caetano e São Paulo, em especial no trecho que corresponde à Avenida Almirante Delamare, é evitado pela população. Em novembro de 2016, cerca de 20 homens encapuzados se aproveitaram de uma manifestação que bloqueava a pista da avenida no início da noite para promover arrastão na área.

“No meu caminho diário passo em quatro áreas de divisas com São Caetano, mas o único que evito de todas as maneiras é o com a Avenida Almirante Delamare. Mesmo quando ando de Uber, peço para o motorista desviar o caminho”, contou o diretor de produtos Fabio Andreosi, 37 anos. “Acredito que as câmeras possam inibir ao menos o roubo direto na rua ou nos faróis”, acrescentou.

A comerciante Claudia Regina de Souza Melo, 51, também evita passar no local e considera que a instalação de câmeras possa trazer mais segurança aos munícipes. “Acredito que inibe, pois o bandido vai pensar dez vezes antes de assaltar ali.”


S.Bernardo quer ampliar monitoramento


Outra cidade que projeta ampliação do número de câmeras de monitoramento para reforçar a Segurança é São Bernardo. O município possui em seu território 400 equipamentos e pretende expandir o número, inclusive com câmeras fixas para a leitura de placas e vídeo analítico, para integrar todo o conjunto de aparelhos ao sistema Detecta, cuja implantação está em tratativas com a SSP (Secretaria da Segurança Pública) do Estado.<EM>

Embora a administração afirme que com o projeto de ampliação dos equipamentos a expectativa é a de que o convênio com a Pasta estadual “seja firmado o mais rápido possível”, a questão ainda não tem prazo.

Para andamento da parceria envolvendo o Detecta, o Executivo municipal, por meio da Secretaria de Segurança Urbana, já submeteu documentação manifestando interesse aos técnicos da SSP. De acordo com a Prefeitura, equipe estadual já realizou vistoria técnica no CIM (Centro Integrado de Monitoramento), localizado na região central.

Todas as 400 câmeras já existentes na cidade estão aptas para serem inseridas no projeto Detecta.

Atualmente, a Pasta de Segurança também viabiliza estudos junto à Secretaria de Transportes e Vias Públicas, sobre a possibilidade de as câmeras que monitoram os semáforos e transporte coletivo, que possuem o sistema OCR (Reconhecimento Ótico de Caracteres), serem integradas ao projeto Detecta.

O sistema foi implantado pelo governo do Estado em 2014. Além do monitoramento das câmeras, o Detecta reúne o maior banco de dados de informações policiais da América Latina, com dados e fotos de criminosos procurados, cadastro de pessoas desaparecidas, dados sobre a situação de veículos, se estão com os documentos em ordem, se foram furtados, roubados ou clonados.

Na região, Santo André, São Caetano e Mauá contam com a tecnologia. Ribeirão Pires, assim como São Bernardo, está em tratativas para a adesão.
 




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