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Mascates sobrevivem na região
Michele Loureiro
e Tauana Marin
26/10/2008 | 07:03
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Quem pensa que o antigo comércio de porta em porta está extinto, engana-se. Basta olhar nas ruas para ver os mascates ganhando a vida desta forma.

Para se ter uma idéia, este mercado informal corresponde a 19,2% da população empregada nas seis principais regiões metropolitanas do País, ficando atrás apenas dos empregados com carteira assinada no setor privado - segundo a pesquisa mais recente realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em março de 2008.

Nas seis regiões (Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre) há 21,3 milhões de trabalhadores. Do montante, 4,1 milhões trabalham por conta própria.

REGIÃO - Água sanitária, detergente, sabão de coco, cera, pasta de brilho. Há 10 anos Maria Vieira, 58, de Santo André, sustenta a família vendendo produtos de limpeza em seu carro.

Em média, ela ganha R$ 50 por dia - o que rende R$ 1000 ao final do mês - percorrendo seis bairros da cidade. "Ao longo do tempo fui conquistando meus clientes e os fidelizando. Hoje, vendo meus produtos praticamente para as mesmas pessoas", explica.

Porém, como toda profissão, existem prós e contras. "Não é um trabalho fácil. Tem dias em que vendo muito bem, diferente de outros. Para trabalhar em comércio de rua é preciso ter carisma, dom e paciência", enfatiza dona Maria.

Para fugir dos conhecidos "calotes", ela tem uma lista de clientes fiéis, além de saber onde cada um mora. "Para esses (clientes) acabo facilitando o pagamento, e espero o melhor dia para receber ", conta.

PELÚCIAS - "Bichinhos e bichões. Baratinhos e lindões". Com este bordão o vendedor de pelúcias, Agnaldo Monteiro, anda por ruas de Diadema em busca de clientes. "Fico atento e sempre que vejo crianças puxo assunto e ofereço as pelúcias", conta o vendedor.

Pica-pau, Nemo, Pluto, ursos. Tem pelúcias para todos os gostos. Há três anos, o ex-vendedor optou por trocar de trabalho e dedica oito horas diárias para a função. "Saio de casa cedo e tem dias que preciso voltar antes da hora para buscar mais bichos", conta Monteiro.

As pelúcias são confeccionadas em São Caetano, e Monteiro vende os produtos em consignação. "É bom porque não tenho prejuízo. Tenho bichos de todos os tamanhos e preços, de R$ 15 a R$ 150. A qualidade é garantida".

O vendedor fatura cerca de R$ 900 por mês. "Com este dinheiro sustento minha esposa e filha. Sou feliz com o que faço e meu próximo objetivo é conseguir confeccionar os bichos de pelúcia", finaliza.




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