Jovens de 18 a 24 anos representam 30% da população carcerária do país. A afirmação é do secretário Nacional de Juventude, Beto Cury, que participou nesta segunda-feira da abertura do encontro Vozes Jovens, promovido pela Secretaria Nacional de Juventude, Banco Mundial e agências da ONU (Organização das Nações Unidas).

Na avaliação do grupo interministerial criado para definir a Política Nacional da Juventude, 71% das instituições de atendimento dos jovens infratores não atendem os padrões definidos pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). A Política Nacional da Juventude foi apresentada pelo governo federal no início de 2005.

Para a ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, os jovens precisam ser protagonistas das políticas públicas elaboradas para eles. "A aproximação do governo com essa vida ativa é o que faz a política ser mais real, possível", afirmou a ministra. "A juventude brasileira vive ao longo da história uma descontinuidade das políticas públicas voltadas especificamente a esse setor", avaliou a ministra.

Os jovens também enfrentam dificuldades de acesso à educação. Dos jovens entre 18 e 24 anos, cerca de 11 milhões (66%) não concluíram o ensino médio. No meio rural, a situação agrava-se e a taxa de analfabetismo, por exemplo, é três vezes maior do que entre os jovens que moram nas cidades.