A decisao do governo irlandês, anunciada no mês passado, de se associar ao programa da Otan indignou os partidos de oposiçao, que consideraram que a medida prejudicaria a neutralidade mantida pelo país desde sua independência da Gra-Bretanha.

'Nossa decisao de participar da Associaçao para a Paz está plenamente de acordo com a política irlandesa de neutralidade militar. Reafirma o compromisso da Irlanda de permanecer fora de qualquer aliança``, declarou Andrews, em um discurso para a diretoria da Otan.

A Associaçao para a Paz é um programa criado pela Otan para a cooperaçao com países neutros e do antigo bloco soviético. Entre seus 26 membros estao países como Albânia, Austria, Suécia, Suíça e Rússia, nenhum deles membro da Otan.

O programa coordena missoes de manutençao da paz com membros da Otan, prepara exercícios conjuntos e estabelece consultas políticas regulares. A Irlanda tem mantido cuidadosamente sua neutralidade, inclusive durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1945, o primeiro-ministro Eamon de Valera demonstrou essa política com o gesto de visitar a embaixada alema para lhe oferecer condolências pela morte de Adolf Hitler.

O Partido Trabalhista de oposiçao e o Sinn Fein, o partido aliado ao Exército Republicano Irlandês, mostraram-se particularmente irritados porque o plebiscito acerca da questao, que havia sido prometido pelo governo do primeiro-ministro Bertie Ahern, nunca foi realizado.

O secretário-geral da Otan, Lord Robertson, disse que a Associaçao para a Paz nao implica compromisso algum de se juntar à Aliança Atlântica no futuro. Andrews ressaltou, porém, que o desempenho das tarefas da Associaçao 'ajudará as forças irlandesas de defesa`` na melhoria de sua capacidade para participar de futuras operaçoes de manutençao da paz.