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Após acidente, Sindicato e Cipa querem processar Prefeitura
Artur Rodrigues
Do Diário do Grande ABC
24/02/2006 | 08:35
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O Sindicato dos Servidores de Diadema e integrantes da Cipa (Comissão Interna de Prevenção a Acidentes) vão entrar com ação na Justiça contra o município de Diadema com a alegação de que falta aparato de segurança para os funcionários. Na terça-feira, o ajudante geral Osvaldo Sodré de Souza, 34 anos, caiu do alto do Ginásio do Clube Municipal Mané Garrincha, quando fazia reparos nas telhas. Sem qualquer equipamento de segurança, o servidor caiu de cabeça e sofreu traumatismo craniano. Quinta-feira, depois de passar por uma cirurgia, sua situação era estável. Até o fechamento desta edição, ele estava internado no Hospital Estadual Serraria, em Diadema.

Segundo o sindicato, ocorreram 334 acidentes de trabalho na cidade em 2005. Osvaldo, afirma a entidade, sofreu outras duas quedas de telhados na década de 1990. Dado confirmado pela administração. O município acrescenta, no entanto, que no ano passado nenhum dos casos registrados era de queda.

Mais de 20 pessoas utilizavam a quadra quando Osvaldo caiu. Testemunhas afirmam que, após uma ventania, ele foi chamado para colocar no lugar uma telha. Quarta-feira, a administração afirmou que o servidor foi ao local apenas para fazer uma vistoria. O conserto viria depois, com andaimes e todo o aparato necessário. Quinta-feira, a administração mudou a versão de que o empregado foi imprudente, confirmada um dia antes por uma assessora de imprensa, mas reafirmou que ele não seguiu o procedimento padrão, que prevê que nenhum serviço em telhados seja feito em dias de chuva. O município abrirá sindicância para apurar os fatos.

O presidente da Cipa, Domingos Tomás de Souza, questiona a versão. "Ele era ajudante geral, como iria fazer diagnóstico? Ajudante vai para executar o serviço. Além disso, estava acompanhado de um superior. A verdade é que serviços como esse são feitos todos os dias sem segurança alguma. Isso porque a Prefeitura não tem os equipamentos necessários", afirma Souza. Funcionários do clube também afirmam que o próprio Osvaldo havia realizado serviços semelhantes sem equipamentos de segurança. Acusação que o município nega. "Todos os funcionários operacionais quando vão a campo devem portar equipamentos de proteção individual", afirma, por meio de nota.

Os primeiros na lista de acidentados da cidade são os auxiliares de enfermagem, seguidos por agentes do setor operacional, como Osvaldo, afirma a presidente do sindicato, Kátia Alves Vassoler. "Fizemos uma lista de reivindicações em outubro de 2005, que exigia equipamentos de segurança e capacitação aos funcionários. A Prefeitura se comprometeu a melhorar as condições de trabalho, mas até agora isso não ocorreu", afirma Kátia.

A administração rebate. "O Sesmt (Serviço Especializado de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho) realiza periodicamente reuniões com as chefias para informar sobre o uso de equipamentos de proteção individual e normas de segurança de trabalho".




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