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Filho de diretora matou professora em Mauá
Por Marco Borba
Do Diário do Grande ABC
09/08/2006 | 07:51
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A Polícia Civil prendeu terça-feira de manhã quatro pessoas – dois adultos e dois menores – envolvidas no assassinato da professora Maria Expedita Silva, 44 anos. O crime foi orquestrado por Mateus Sasso, 22, filho da diretora da EE Jardim Canadá, em Mauá, uma das escolas que Expedita lecionava. O outro maior preso é Cristian Garcia, 25. Um rapaz de 16 anos é acusado de violentar a vítima. A garota de 15 também esteve na casa e servia de olheira, para avisar aos demais, caso acontecesse algo que não estivesse nos planos do bando. A ordem de prisão foi expedida pela Justiça anteontem. O grupo está detido na Cadeia Pública de Santo André.

Maria Expedita foi encontrada morta na noite da última sexta-feira em sua casa, no Jardim Itapeva, na mesma cidade. Ela foi estrangulada com um cinto e estava deitada na cama de seu quarto, com as mãos presas para trás, atadas com fita adesiva, mordaça na boca e os olhos vendados com fita microporo. Segundo a polícia, antes de ser morta, a professora foi estuprada pelo menor.

De acordo com o delegado seccional de Santo André, Luiz Alberto Ferreira de Souza, o grupo colou os lábios da professora com cola Superbonder. “Foi um crime mais que hediondo. A forma como ocorreu nos faz crer que essa pessoa (Mateus) estava tomada pelo ódio. Segundo consta ele é usuário de drogas. Só o ódio pode causar essa reação.” Ainda segundo o seccional, foi o menor quem relatou todos os detalhes do crime.

Divorciada havia 18 anos, Maria Expedita morava sozinha e foi vista pela última vez por volta das 22h30 de quinta-feira ao deixar a Escola Estadual Carlos Drumond, na Vila Magini, onde trabalhava como coordenadora pedagógica. Além desta escola e da EE do Jardim Canadá, onde lecionava Língua Portuguesa e Inglês no período da manhã, na última quarta-feira Maria Expedita começou a trabalhar como coordenadora pedagógica no Colégio Método.

Conforme o Diário apurou, já no domingo, o crime foi premeditado. Os acusados não deixaram marcas nos objetos da casa. Apenas as digitais da vítima foram encontradas num copo de licor, segundo perícia feita no local. Como não havia sinais de que a casa tenha sido invadida – portão e porta estavam encostados quando o corpo foi encontrado – e que objetos como talões de cheque e cartões de crédito não foram roubados, a polícia considerou remota a possibilidade de latrocínio (roubo seguido de morte). Suspeitou-se que o autor(es) do crime fosse conhecido da vítima.

Já de início a família de Maria Expedita suspeitou de Mateus Sasso, ex-namorado da professora. De acordo com o irmão da vítima, José Givaldo Silva, 39, amigas de Maria Expedita comentaram que ela vinha sendo perseguida por Sasso. “Ele não se conformava com o fim do namoro, há cerca de quatro meses. Suspeitamos que fosse ele porque mesmo quando minha irmã não estava em casa ele ficava por lá. Só podia ter as chaves.” Segundo José Givaldo, a família era contra o relacionamento porque Sasso era usuário de drogas.

A família também suspeitou de um ex-funcionário EE do Jardim Canadá, que agrediu a professora com um tapa no rosto há cerca de um ano, após um desentendimento, e que também teria feito ameaças. Na mesma ocasião, o rapaz teria sido acusado de assédio por uma aluna. Ele a teria beijado à força. A vice-diretora da escola, Elisabete Timóteo, confirmou a história no último domingo e disse que de imediato o ex-inspetor de alunos foi afastado da escola.

No início da noite de sábado, Sasso se apresentou no 1º DP de Mauá com um advogado, mas negou o crime. A professora foi sepultada na manhã de domingo no cemitério Parque Vale dos Pinheirais. Professores e alunos da escola fizeram homenagem à professora na escola na manhã de segunda-feira. As investigações foram comandadas pelo 3º DP de Mauá.




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