Política Titulo Eleição
Quatro em cada dez eleitores não votaram nos nomes do 2º turno

Índice de abstenções e votos brancos e nulos em Diadema e Mauá atinge 38,9% do eleitorado nos dois municípios onde disputa foi para reta final

Por Junior Carvalho
Daniel Tossato
02/12/2020 | 20:54
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Praticamente quatro em cada dez eleitores de Diadema e de Mauá não votaram nos candidatos que disputaram o segundo turno nas duas cidades. Levantamento feito pelo Diário, com base nos resultados do pleito de domingo, mostra que 38,9% do eleitorado dos dois municípios – únicos da região onde teve novo confronto – não escolheram nenhum dos quatro prefeituráveis.

Ao todo, 247.367 eleitores das duas cidades ou não foram às urnas – a eleição foi em meio a uma pandemia – ou optaram por votar branco ou nulo. Em Diadema, o ‘não voto’ chegou a 121.091 eleitores (36,7% do eleitorado). Já em Mauá esse patamar foi maior: 41,19% do contingente de eleitores, ou 126.276 eleitores.

No domingo, os candidatos petistas em Diadema e Mauá foram eleitos com margens apertadas. Na primeira cidade, José de Filippi Júnior venceu Taka Yamauchi (PSD) por 51,35% a 48,65% – em votos totais, diferença de 5.618 adesões. No território mauaense, o vereador Marcelo Oliveira impediu a reeleição do atual prefeito Atila Jacomussi (PSB) com a magra vantagem de 2.676 votos. O universo do eleitorado das duas cidades supera os 300 mil eleitores. A soma do desempenho do total do ‘não voto’ nos dois municípios ultrapassou o desempenho dos dois prefeitos eleitos nas urnas.

sse mesmo movimento ocorreu no primeiro turno em Ribeirão Pires e em Rio Grande da Serra, onde o total do ‘não voto’ superou a votação dos prefeitos eleitos Clóvis Volpi (PL) e Claudinho da Geladeira (Pode), respectivamente. Apenas os prefeitos reeleitos de Santo André, Paulo Serra; de São Bernardo, Orlando Morando; e de São Caetano, José Auricchio Júnior (todos do PSDB), receberam mais votos que a soma das abstenções, brancos e nulos.

Apesar do alto índice de rejeição, o total do ‘não voto’ em Diadema e em Mauá recuou numericamente, com relação ao pleito de 2016. Há quatro anos, o prefeito diademense Lauro Michels (PV) foi reeleito no segundo turno com 113.585 votos – a soma das ausências, brancos e nulos foi de 133.964 –, em disputa contra Vaguinho do Conselho (ex-PRB, hoje SD), redução de 9,6%. No confronto contra o então prefeito de Mauá, Donisete Braga (ex-PT, hoje PDT), Atila levou a disputa no segundo turno com 112.788 votos – o ‘não voto’ chegou a 128.131 – recuo de 1,4%.

“A pandemia fez crescer as abstenções, em especial o não comparecimento. A pandemia fez crescer acima do esperado. Se a gente for ver os últimos pleitos, o não comparecimento vem aumentando, de forma gradual, mas parece que o ritmo de não comparecimento cresceu acima da média dos anos anteriores. Então, provavelmente, isso se deu devido à pandemia”, analisou Diego Sanches Correa, professor de ciências políticas da UFABC (Universidade Federal do ABC).

O especialista disse que o maior índice de comparecimento em Diadema do que em Mauá é explicado pelo fato de partidários de Taka Yamauchi (PSD) acreditarem na possibilidade de superar Filippi. “Teve uma mobilização maior, das várias oposições, para tentar não trazer o PT de volta em Diadema”, analisou. Sobre Mauá, ele avaliou que os eleitores não esperavam por triunfo de Marcelo sobre o prefeito Atila Jacomussi (PSB). “Muitos pensaram: ‘Não tem como um candidato do PT vencer o Atila, então meu voto não vai valer muita coisa’. No fim das contas, o resultado acabou desfavorecendo o Atila.” 




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