Economia Titulo
Brasil e EUA se reúnem para discutir taxação ao aço
Por
19/03/2002 | 00:34
Compartilhar notícia


Os governos do Brasil e dos Estados Unidos se reúnem nesta terça-feira, em Genebra, para iniciar um debate sobre o comércio de aço entre os dois países. Há duas semanas, a Casa Branca aplicou uma salvaguarda de 30% sobre a importação de produtos siderúrgicos, o que fez com que o Brasil e outros países apelassem à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a política protecionista de Washington.

A estratégia brasileira para a reunião será a de apresentar propostas para que o contencioso seja solucionado dentro do próprio setor siderúrgico, o que não envolveria o pedido de compensações em outras áreas. Uma das propostas deverá ser a ampliação das cotas de importação de aço, especialmente para os semi-acabados.

Diante dos investimentos feitos pela indústria brasileira, a estratégia é convencer os americanos a adotarem acordo que possibilite um aumento anual das cotas. Outra possibilidade será negociar uma isenção de tarifas para os produtos finais.

Táticas - Apesar de muitos países terem sido afetados pelas barreiras americanas, cada um dos prejudicados está adotando uma tática negociadora diferente. O Japão, por exemplo, solicita que a Casa Branca reduza as tarifas para sete produtos como forma de compensar as perdas de US$ 168 milhões que o país teria com as barreiras ao aço. As compensações ocorreriam no setor de eletrônicos e incluiria até mesmo câmeras de vídeo e relógios.

A União Européia (UE), que também se reúne nesta terça-feira com os Estados Unidos em Genebra, vai ainda mais longe em sua pressão. No último fim de semana, a Comissão Européia decidiu que, se os Estados Unidos não retirarem parte de suas barreiras ao aço, os produtos americanos sofrerão uma retaliação de até US$ 2 bilhões.

Segundo as regras da OMC, um país tem o direito de impor salvaguardas todas as vezes que sua indústria local estiver sendo ameaçada pelo súbito aumento nas importações. Mas diplomatas na organização lembram que as mesmas regras da OMC que permitem a salvaguarda também estabelecem que o país prejudicado pode pedir compensações e até mesmo retaliar.

Os europeus ainda afirmam que não houve um súbito aumento das importações de aço pelos Estados Unidos nos últimos anos, como alega a delegação de Washington.

Enquanto Japão e UE caminham em direção a um confronto, a estratégia brasileira segue o mesmo caminho adotado pela Austrália, outro país que também se reuniu com os Estados Unidos. Ambos preferiram negociar um acordo dentro do próprio setor siderúrgico com as autoridades da Casa Branca.

A reunião desta terça não será conclusiva. A expectativa, porém, é de que o país deixe claro sua posição sobre a política protecionista americana.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;