Setecidades Titulo Diadema
MP decide que não vai intervir em reforma da Praça Castelo Branco

Órgão alega que obras foram autorizadas pelos conselhos municipais

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
06/10/2019 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


 O Ministério Público de Diadema decidiu que não vai intervir na reforma que a Prefeitura da cidade vem realizando na Praça Castelo Branco, no Centro, a contragosto dos representantes da sociedade civil no Condema (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente) e do Condepad (Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico, Documental, Artistico e Cultural).

O vice-presidente do Condema e representante da sociedade civil, Francisco de Assis Cardoso, e a presidente do Condepa, Maria Luiza Gagliardi, enviaram ofício à promotora do Meio Ambiente da cidade, Maria Cecília Denser de Sá, alegando que as intervenções que a administração municipal já realizou desde o início da obra, em setembro – corte de cinco árvores e abertura de uma rua com suas calçadas – estão em desacordo com o que foi aprovado pelo grupo de estudos de bens culturais de Diadema (Pró-Iphac, que recomendou que só deveriam ser removidos espécimes condenados). Das 14 supressões previstas, algumas são apenas para se adequar ao projeto, além de outros 23 remanejamentos.

Também citam que a abertura da rua resultou na invasão do perímetro da praça, o que, novamente, estaria em desacordo com o que foi aprovado pelo Condepad. “Não era esse o combinado com a administração municipal”, reclamou Maria Luiza. A arquiteta também relatou que tem tido dificuldades para ter acesso ao projeto executivo da reforma.

A intervenção que está sendo executada na Praça Castelo Branco, a primeira oficial da cidade, inaugurada em 1965, prevê a construção de galerias de esgoto e águas pluviais, revitalização do mobiliário e instalação de playgroud, entre outras mudanças. As obras estão orçadas em pouco mais de R$ 2 milhões.

Questionado sobre o ofício, o MP informou que a reforma e todas as alterações na praça foram objetos de deliberação do Condema e aprovadas pela maioria dos seus integrantes. “O MP não vê ilegalidade aparente a ponto de embasar uma ação civil pública. O inquérito civil tramita para acompanhar o efetivo cumprimento da compensação ambiental”, comunicou a nota.

A Prefeitura de Diadema alegou que o projeto executivo está à disposição do Condepad, bastando que seja solicitado oficialmente à Secretaria de Serviços e Obras. Com relação ao traçado, segundo a administração, o projeto não sofreu alteração após sua aprovação no Comdema e Condepad, no fim do ano passado.

Cardoso lamentou a decisão do MP, disse que a promotoria não está atenta para as ilegalidades do processo e afirmou que pretende acionar a Justiça contra a obra.




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