Política Titulo Em debate com a Sabesp
Sama questiona BRK Ambiental

Autarquia de Mauá pretende discutir arrecadação do saneamento, atualmente feita pela empresa; estatal recusa plano de pagamento

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
22/12/2017 | 07:00
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A Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) pretende incluir a BRK Ambiental, concessionária do saneamento na cidade, no debate que tem feito com a Sabesp (Companhia Estadual de Saneamento Básico) acerca da dívida que a estatal cobra. Na quarta-feira, a empresa paulista rejeitou a proposta da autarquia mauaense para a amortização da dívida, estimada em R$ 2 bilhões – o município contesta esse valor.

Superintendente da Sama, Israel Aleixo (PSB) explicou que a ideia, a partir da recusa da Sabesp, é questionar junto à BRK a arrecadação do serviço na cidade. Atualmente, é a empresa que emite as faturas e, consequentemente, recebe os pagamentos. Só depois que parte dos recursos – o município diz receber apenas 40% – é transferida à Sama.

“Entendo que não tem como não envolver a BRK, uma vez que é a empresa que recebe os valores e depois repassa à Sama. Se não for para reverter isso (passar para a autarquia municipal a gerência da arrecadação), que a BRK, pelo menos, mostre os números”, enfatizou Aleixo.

Em resposta a questionamento feito pelo Diário, a Sabesp tornou público o motivo pelo qual recusou o plano de pagamento sugerido pela Sama. A autarquia mauaense havia proposto a pagar, de forma escalonada, a fatura integral emitida pela Sabesp pela venda da água no atacado. O governo do prefeito Atila Jacomussi (PSB) pretendia iniciar pagando 20% do total da conta e esse índice aumentaria gradativamente até chegar aos 100%, em 2023.

A Sabesp considerou a proposta da Sama como “inviável” e ainda criticou a empresa municipal. “A Sama propõe, por exemplo, o perdão de 90% da dívida e a regularização dos pagamentos somente daqui a sete anos. A população de Mauá paga mensalmente suas contas de água à Sama, mas a autarquia, por sua vez, não paga a água comprada da Sabesp. Os valores não pagos pela Sama são cobrados na Justiça e a população do município, em última instância, é quem sofre as consequências”, diz a nota da estatal.

Aleixo contestou a manifestação pública da Sabesp e afirmou que a Sama voltará a procurar a estatal na primeira semana de janeiro. “Lamentavelmente a Sabesp expõe uma negociação que corria sob sigilo. Depois de muitos anos de negociações entre Sama e Sabesp sem uma conclusão, apresentamos, de fato, uma proposta concreta que tem plena condição de ser cumprida”. O superintendente destacou ainda que a Sabesp recusou a proposta, mas não apresentou nenhuma alternativa. “A Sabesp se silenciou. E isso não resolve o problema. A empresa pediu uma proposta e nós apresentamos”, frisou Aleixo, ao assegurar que a Sama tem garantias da Sabesp de que não haverá redução no abastecimento. 




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