Setecidades Titulo Chacina
GCMs vão depor nesta semana
Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
15/11/2016 | 07:00
Compartilhar notícia


Até o fim desta semana, cerca de dez GCMs (Guardas-Civis Municipais) de Santo André devem ser ouvidos no DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa), em São Paulo. A investigação é relacionada à chacina dos cinco jovens que foram encontrados em Mogi das Cruzes.

A informação foi fornecida ao Diário pelo advogado e integrante do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana) Ariel de Castro Alves, que acompanha o caso. “Acredito que com esses depoimentos, aos poucos os responsáveis vão aparecer”, afirmou.

A corporação municipal foi ligada diretamente ao caso, após a prisão do guarda Rodrigo Gonçalves de Oliveira, instrutor de tiro e que tinha 17 anos de trabalho. Durante esse tempo, ele se envolveu em duas ocorrências que deixaram vítimas fatais, após confronto.

A motivação do crime teria sido a morte do GCM Rodrigo Lopes Sabino, 30, que morreu em um latrocínio no fim de setembro. Ele estava entrando em casa, no Jardim Ana Maria, em Santo André, quando teve o carro levado e foi morto a tiros.

Oliveira afirmou em depoimento que usou um perfil falso no Facebook, onde se passava por uma mulher, para atrair dois dos jovens – Caíque Henrique Machado Silva, 18, e César Augusto Gomes, 19 – que seriam responsáveis pela morte do colega, até Ribeirão Pires. Ele afirmou que o grupo não apareceu, mas que pretendia prendê-los. A investigação descarta a possibilidade.

Em entrevista coletiva concedida na última semana, o secretário de Segurança Pública do Estado, Mágino Alves Barbosa Filho, afirmou que alguém tentou incriminar a Polícia Militar com cápsulas de armas ponto 40, utilizadas pela corporação, que foram encontradas no local. A PM foi duas vezes até o local até encontrar os corpos e há possibilidade de a área ter sido alterada.

Apesar da linha da investigação estar voltada para a guarda municipal, o advogado também afirmou que ainda há possibilidade da participação de policiais militares no caso. “Isso por causa da questão de policiais militares terem checado informações (sobre os jovens) no sistema interno de Segurança. Foi feito antes do desaparecimento”, disse.

A corregedoria da GCM acompanha o caso e a Prefeitura de Santo André divulgou nota afirmando que “todos os pedidos inerentes à investigação estão sendo atendidos e os esclarecimentos dos fatos estão a cargo do DHPP.” A Ouvidoria das Polícias e o Condepe seguem acompanhando o caso. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;