O governo e o exército chilenos estão preparando o funeral do ex-ditador Augusto Pinochet, abalado há oito dias por uma crise vascular que determinou sua hospitalização em emergência. As informações são do jornal chileno La Tercera. A informação é publicada enquanto que a Corte Suprema se prepara para emitir seu veredicto final sobre a ordem de captura à qual é submetido o ex-ditador desde o dia 13 de dezembro.

Pinochet, 89 anos, deixou o Hospital Militar - onde permaneceu cinco dias logo após ter sofrido um acidente cerebral vascular - na quarta-feira passada. "Logo depois de ter se inteirado da evolução de Pinochet no Hospital Militar, o general Juan Emilio Cheyre, que comanda o exército, entrou em contato com o ministro chileno da Defesa, Jaime Ravinet, e com o secretário-geral do governo, Francisco Vidal, para avisá-los de que era preciso considerar a eventualidade de um desenlace fatal", escreveu o jornal, sem identificar suas fontes.

O presidente Ricardo Lagos "não ordenará um funeral de Estado, nem decretará um dia de luto oficial, e não assistirá às exéquias de Pinochet", afirmou La Tercera. No entanto, o ex-ditador receberá honras militares, e seus restos mortais serão cremados, acrescentou a fonte.

"Se for o caso, a cerimônia será realizada em um dos crematórios autorizados de Santiago. Segundo o ritual, o caixão de Pinochet, uma vez no cemitério, deverá ser envolto na bandeira nacional, que será logo em seguida entregue a sua esposa, Lucía Hiriart", destacou o jornal chileno.