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Enquete do Diário sobre armas sofre tentativa de fraude
Adriana Gomes
Do Diário do Grande ABC
21/05/2005 | 10:13
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O Diário identificou milhares de tentativas de fraude na enquete que envolve a questão do desarmamento no site Diário On-Line, na internet. A consulta ficou disponível no site de segunda-feira até ontem, com a pergunta “O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?”. Embora o resultado tenha indicado posição favorável à proibição por parte dos moradores do Grande ABC – 52,13% dos internautas votaram “sim” e 47,97% responderam “não” –, os responsáveis pela apuração dos resultados encontraram um computador que tentou votar 13.998 vezes contra o fim do comércio de armas e munição, ou seja, uma única pessoa, empresa ou entidade que tentou votar “não” incansavelmente. O fraudador não foi considerado no cômputo dos votos. Foram considerados 4.280 votos – 2.232 a favor da proibição e 2.048 contra.

“Esse tipo de fraude é comum. Identificamos grupos contra a campanha do desarmamento nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul, e várias vezes vimos esses problemas em enquetes. Mas essas pessoas ou empresas raramente se identificam; aparecem escondidas atrás de nomes de associações nem sempre oficiais”, afirma um dos coordenadores nacionais do Movimento Brasil sem Armas, o administrador de empresas Murilo Cavalcanti, 44 anos. O referendo do governo federal sobre o assunto está marcado para outubro.

Segundo Cavalcanti, ele e outros integrantes do Movimento Nacional são ameaçados constantemente pela internet. “Deixam mensagens com palavrões, provocações, ameaças. Até uma apresentadora de telejornal me contou que já foi ameaçada por ser simpatizante da campanha. Não estou dizendo com isso que não existam pessoas honestas e convictas contra o desarmamento. Há de fato cidadãos que acreditam que é preciso se armar para se defender”, declara.

Movimento – O Movimento Brasil sem Armas é uma iniciativa nacional que reúne representantes da sociedade civil, ONGs (organizações não-governamentais) e entidades do Governo – exemplos das ONGs Viva Rio e Sou da Paz e do Ministério da Justiça. O movimento estrutura uma campanha de abrangência nacional para informar a população antes do referendo de outubro. “Queremos desarmar a sociedade civil. Desarmar os bandidos é dever do Estado. Temos de cobrar do governo tudo o que diz respeito à proteção do cidadão”, defende Murilo Cavalcanti.

Para obter informações ou se engajar nas ações relacionadas ao desarmamento, os interessados podem acessar os sites www.brasilsemarmas.com.br, www.vivario.org.br ou www.soudapaz.org.br.




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