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Um zagueiro do Grande ABC na Seleção
Luiz Henrique Gurgel
Especial para o Diário
10/06/2010 | 07:00
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O apelido do zagueiro era Stalingrado, nome da cidade russa que resistiu aos alemães na batalha mais sangrenta da Segunda Guerra Mundial e que virou sinônimo de algo intransponível. Nada mais apropriado para o corpulento beque Pelegrino Adelmo Begliomini, o esquecido primeiro boleiro do Grande ABC a defender a Seleção Brasileira.

Filho de italianos, nascido em Santo André, em 1914, ele jogou em várias equipes amadoras até se destacar no Primeiro de Maio FC. Foi lá que, aos 17 anos, observado por um dirigente do Palestra Itália - depois Palmeiras - recebeu convite para jogar no juvenil da equipe. Foi para o Palestra Itália e acabou campeão paulista em 1936, 1940 e 1942, este último no ano em que o Palestra virou Palmeiras.

Ainda em 1942 se transferiu ao Corinthians e, desta vez, só foi vice-campeão: 1943, 1945 e 1946. Encerrou a carreira no Parque São Jorge, prematuramente, aos 33 anos, por conta de séria contusão no joelho. Nessa época fez dupla de zaga, no Timão e Seleção, com outra lenda do futebol brasileiro, Domingos da Guia.

Hoje em dia, o nome de Begliomini é quase desconhecido para a maioria dos que se interessam por futebol no Grande ABC. Só antigos futebolistas guardam lembrança do zagueiro. Aldo Costa, o Aldinho, 83 anos, que jogou no Ribeirão Pires, no Primeiro de Maio e em outros times da região, foi colega de Begliomini no Dragão Vermelho, equipe de veteranos da década de 1970 que disputava o torneio interno do Clube Atlético Aramaçan. "Ele era reserva do nosso time e mesmo com certa idade, ainda impunha respeito pelo tamanho. Ele era forte", lembra.

Outro conhecido do jogador, o ex-presidente do Corinthians de Santo André, Nelson Cerchiari, 83 anos, acha que Begliomini merecia homenagem na cidade: "Ele foi um jogador de destaque naquela época e o único que chegou à Seleção."




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