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Urbanização de assentamentos em Mauá estão longe de conclusão

Projetos executivos para Jd.Oratório e Macuco
serão entregues três anos após o prazo inicial

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
07/05/2017 | 07:00
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Marina Brandão/DAGBC


A conclusão do processo de urbanização do Jardim Oratório e da área do Chafik/Macuco (Jardim Zaíra), em Mauá, segue longe de se tornar realidade, embora seja promessa antiga. Na semana passada, a Prefeitura prorrogou, pela sexta vez, o prazo para finalização de projeto executivo para urbanização dos assentamentos precários, elaborado pela Geométrica Engenharia de Projetos Ltda desde 2014. Embora o contrato inicial, no valor de R$ 1,5 milhão, determinasse a entrega do documento em um ano, o material necessário para a execução das melhorias estruturais a cerca de pelo menos 11 mil famílias somente ficará pronto em abril de 2018.

No caso do Chafik/Macuco, o estudo se refere à segunda fase de obras de urbanização e inclui contagem de famílias instaladas na região, que vai da Rua Lourival Pontal da Silva até o Zaíra 4. O contrato também prevê elaboração de projeto executivo da quarta etapa de melhorias do processo de urbanização do Jardim Oratório, com a inclusão de vias e vielas que não foram contempladas na terceira etapa, que ainda está sendo executada, além de contenção de trechos de encostas e melhorias ambientais.

De acordo com a administração municipal, o atraso se dá porque a área objeto dos trabalhos possui “complexidade física e social, tendo, inclusive, gerado dificuldades na realização das atividades de campo, quando do início dos trabalhos, o que implicou, à ocasião, na necessidade de prorrogação do prazo de execução dos serviços”. Ainda conforme a Prefeitura, chefiada por Atila Jacomussi (PSB), a elaboração dos projetos se destina a 15 intervenções distintas, “compostas por diferentes tipos de obras, o que demanda, além de detalhamento de projetos com especialidades diferenciadas, um maior tempo de estudo”.

Em janeiro completou seis anos da tragédia provocada por deslizamento de terra após tempestade de verão que deixou cinco mortos e mais de 500 desalojados no Chafik/Macuco. Em dezembro de 2013, quase três anos depois, o poder público municipal, à época chefiado por Donisete Braga (PT), assinou contrato com a Caixa Econômica Federal no valor de R$ 79 milhões via PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para urbanização e regularização fundiária da área. Somente em 2015 foi aberto o processo de licitação e o contrato para o início da primeira etapa das obras, assinado pela Construtora Capellano. As melhorias, entretanto, seguem no papel.

ORATÓRIO
Devido à complexidade, as melhorias previstas para uma das áreas mais carentes do município (e onde vivem cerca de 26 mil pessoas) foram divididas em quatro fases. As intervenções, iniciadas em 2011, somam R$ 106 milhões em investimentos federais por meio do PAC. A primeira etapa de obras foi concluída em 2014 com a entrega de 120 apartamentos e a urbanização de 30 vias – investimento de R$ 13,3 milhões. As demais seguem em andamento em ritmo lento, apontam os moradores.

“Estou há 35 anos aqui e pouca coisa melhorou neste período. O asfalto que você vê nesta rua apenas existe porque os moradores se uniram e pagaram por ele há cerca de dez anos. Se dependesse da Prefeitura, estávamos pisando no barro até hoje”, reclama o comerciante Luismar dos Santos, 59 anos, morador da Rua Foz do Iguaçu. Já a auxiliar de limpeza aposentada Leonídia Angela Przybulinsky, 65, destaca que há tempos funcionários da empresa responsável pelas obras não são vistos pelo bairro. “A população pensa que é ponto de descarte e joga entulho e lixo no local”, diz.

A segunda etapa das obras de urbanização do Jardim Oratório, prevista para terminar em novembro de 2016, foi reprogramada pelo governo e, com isso, a expectativa é de que as intervenções – as quais incluem pavimentação de vias, canalização do córrego e construção de unidades habitacionais – sejam concluídas apenas no fim do ano.

A terceira etapa do projeto, iniciada em outubro de 2013, também está em andamento e soma R$ 25,9 milhões em investimentos. A fase prevê urbanização de 36 ruas. 




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