Setecidades Titulo São Bernardo
Três anos após ser inaugurado, HC coleciona falhas estruturais

Comprometido por problemas no piso e
encanamento, equipamento passará por obras

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
21/01/2017 | 07:00
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Divulgação


Três anos após ser aberto ao público, o HC (Hospital de Clínicas) de São Bernardo já apresenta série de problemas estruturais que tem comprometido o funcionamento de seus serviços. Após consumir em sua construção R$ 240 milhões dos cofres municipal, estadual e federal, 29% a mais do orçado inicialmente, o equipamento público deve passar nos próximos meses por série de obras para reparar danificações em seu edifício, segundo declarações do atual secretário de Saúde do município, Geraldo Reple Sobrinho.

Segundo o chefe da Pasta, as intervenções vão desde a manutenção de piso até a ampliação do serviço de encanamento de água quente, insumo hospitalar básico, hoje presente somente em 30% do equipamento. “Infelizmente, o HC foi entregue (de uma forma) que terá de passar por muitas obras ainda. O piso do hospital, que tem três anos, vai precisar ser todo trocado. Tem um monte de falhas, a obra assim foi um pecado. Um hospital maravilhoso, um dos melhores hospitais que eu já vi, dentro e fora do Brasil, mas com falhas estruturais imperdoáveis.”

Projetado para realizar mensalmente 1.500 internações, 1.500 cirurgias e 10 mil consultas, o HC está longe de atingir suas metas de atendimento. Com alto valor despendido no custeio da unidade, cerca de R$ 7 milhões por mês, o equipamento tem atualmente somente 43% dos seus leitos em operação. Dos 257 projetados inicialmente, somente 110 estão em funcionamento.

Um retrato da situação crítica da unidade está nas três alas de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) disponíveis no HC. Segundo o Paço, somente uma está operando atualmente, portanto, 40 vagas seguem sem uso.

“É um fato triste, porque o hospital já completou três anos e o encontramos com apenas 40% da sua capacidade em funcionamento. É preocupante, pois são muitos equipamentos com todo o suporte para a UTI, e as garantias já estão para vencer ou já venceram”, declarou o prefeito Orlando Morando (PSDB) durante vistoria na unidade.

A expectativa da Prefeitura é a de que os reparos necessários no equipamento sejam realizados pela construtora responsável pela obra, a Tratenge Engenharia Ltda.

“Nós vamos acionar a construtora, pois vocês sabem muito bem que quando se entrega uma obra eles são responsáveis por cinco anos”, declarou o secretário de Saúde, Geraldo Reple.

Idealizado pelo ex-prefeito Luiz Marinho (PT), o Hospital de Clínicas de São Bernardo é administrado pela Fundação do ABC e possui atualmente cerca de 1.100 funcionários, sendo que 350 deles são terceirizados.

 

Construção de outro complexo hospitalar é mantida por nova gestão

 

Enquanto o Hospital de Clínicas de São Bernardo, entregue em dezembro de 2013, opera com apenas 40% de sua capacidade, a Prefeitura do município busca se desdobrar para empenhar esforços tanto nas obras de reforma do equipamento quanto na construção do (Hospital de Urgência), complexo que teve suas obras iniciadas praticamente no fim do governo Luiz Marinho (PT).

Embora o projeto tenha sido criticado pelo atual prefeito, Orlando Morando (PSDB), a construção do equipamento, segundo o Paço, é um contrato que não é possível reverter, tendo em vista que o valor empenhado nas obras trata-se de financiamento externo na ordem de US$ 59 milhões (cerca de R$ 187 milhões) junto ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

O hospital terá sete pavimentos e 266 posições, sendo 226 leitos e 40 poltronas. O objetivo é ampliar o atendimento do Pronto-Socorro Central em 46%.  




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