Política Titulo Encontro de contas
Dívida só após fim da falta d’água, afirma Paulo Serra

Tucano de Sto.André diz que abriu diálogo, mas trata de passivo com Sabesp depois de normalização

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
21/01/2017 | 07:48
Compartilhar notícia


Depois de indicar reabertura de diálogo com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), o prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), sustentou ontem ter iniciado processo a que denominou de “encontro de contas” para avaliar o relatório de débitos com a empresa paulista, no valor de R$ 3,4 bilhões, conforme estimava da própria autarquia. O tucano ponderou, no entanto, que apenas tratará do passivo após encerrar o problema da falta de água na cidade. “Com água na torneira (da população), regularizado o abastecimento, vencendo essa fase, começaremos outra etapa (de conversa), que é de equalização da dívida.”

O encontro de contas, segundo o chefe do Executivo, refere-se a fazer higienização do passivo. Entre as medidas elencadas pelo tucano está elaborar documento com informações técnicas para embasar como se compôs esse montante até hoje. “Por que a Sabesp cobra isso e por que a Prefeitura discorda? Isso está sendo discutido. Em breve, nós teremos novos números, ou não”, disse, sem dar prazo. O débito foi adquirido devido à diferença de valor pago pelo metro cúbico de água ao longo dos exercícios em comparação com o preço cobrado pela empresa. Contestando o índice, a Prefeitura, à época, depositava quantia inferior. O processo teve começo em 1996, no segundo governo de Celso Daniel (PT). Nas gestões subsequentes também se quitou percentual abaixo.

Desde então, as administrações não pagam o valor integral da fatura, o que resultou em ações judiciais. Parte da dívida já tornou-se precatórios. Paulo Serra frisou que seu compromisso, estabelecido na campanha eleitoral, continua ser resolver a situação de impasse no abastecimento do município. Estipulou prazo de 30 dias para finalizar esse imbróglio de falta d’água, que se arrasta há anos. “Essa é a prioridade um. Estive com o (diretor-presidente da companhia) Jerson Kelman, no Palácio dos Bandeirantes, em dezembro. Criamos comissão técnica, em funcionamento logo na primeira semana. Faremos parceria com a Sabesp. Não adianta ficarmos com a nossa versão se dependemos 95% da água (comprada da empresa).”

De acordo com dados extraoficiais, são cerca de 40 reclamações por dia relacionadas à distribuição de água. Há relatos, nos bastidores, que a situação tem ligação direta com o passivo bilionário, pressionando o pagamento. A gestão anterior do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) entrou com representação no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) – autarquia federal, vinculada ao Ministério da Justiça – contra a Sabesp, relatando possíveis abusos no valor de venda do produto. Além da ação, a autarquia municipal contratou empresa – sem apresentar números – para identificar o patrimônio estrutural da empresa. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;