Pré-candidato a prefeito de Ribeirão Pires, o vereador Saulo Benevides (PMDB) articula diretamente com lideranças do PV a composição a vice de sua chapa. O processo condiciona a vaga à dissolução do diretório municipal da legenda, que tem o prefeito Clóvis Volpi (PV) como vice-presidente - articula ingresso no PSD.

Segundo fontes ouvidas pelo Diário, as conversas estão bem adiantadas. Na semana passada, o peemedebista se encontrou com o presidente nacional do partido, José Luiz Penna, e a presidente da sigla na bacia hidrográfica do Grande ABC, Vera Motta. O vereador Koiti Takaki (PSD), coordenador da campanha de Saulo, também esteve presente nas reuniões.

A oferta feita pelo pré-candidato é clara: a executiva nacional intervém no diretório municipal, dissolve a atual direção e instaura a comissão provisória. O presidente deste novo grupo seria indicado pelo peemedebista. A contrapartida é a garantia da vaga de vice na chapa de Saulo e o compromisso de reconstruir o PV na cidade.

A conjuntura atual não coloca o partido na corrida pelo Paço. A legenda apoia o vice-prefeito Edinaldo de Menezes, o Dedé (PPS). Contudo, não há garantia de que a vice seja dos verdes. Na briga pela indicação está o vereador Edson Savietto, o Banha (PDT), e a secretária de Educação e Inclusão Social, Rosi de Marco (PV).

O pré-candidato e Vera negam as conversas. Ambos afirmam somente que os encontros foram casuais e a conversa tratou apenas da época em que Saulo e Koiti eram filiados ao PV - eles deixaram a sigla no ano passado por conta de diversos problemas internos decorrentes de brigas pessoais com Volpi.

A presidente da legenda na bacia confirma somente que todas as decisões políticas na região passam pela autorização de Penna. "Intervenção é algo pesado. Não sou coordenadora regional sozinha. Todas as ações são de conhecimento do presidente para compreender o processo político. Não faço nada sem falar com ele", declara. Segunda-feira haverá reunião da coordenação regional para discutir a situação dos diretórios municipais nas sete cidades.

Volpi afirma que não sabia da reunião, mas não se mostrou preocupado com o encontro de seus adversários com a cúpula do seu partido. "Não me causa constrangimento. Não sabia, pois não fiscalizo as ações de ninguém", ressalta.

Briga antiga - O relacionamento do prefeito com Vera não anda bom desde o ano passado. A dirigente do PV não poupou críticas ao correligionário pelo fato de o PV não encabeçar a chapa majoritária. Os dois chegaram a protagonizar briga ferrenha no gabinete do chefe do Executivo, quando Volpi chegou a ameaçar deixar a legenda.