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Acordo de indústria e varejo faz de CD ‘isca’ para clientes
Por Hugo Cilo
Do Diário do Grande ABC
18/12/2005 | 08:13
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Uma ação conjunta entre a indústria fonográfica e grandes redes supermercadistas começa a traçar um novo perfil para o comércio de CDs e DVDs. A estratégia é simples e se resume a vender produtos mais baratos e em grande quantidade. O objetivo é colocar no mercado artigos originais a preços próximos ou iguais aos cobrados por discos piratas vendidos em camelôs: de R$ 4,99 no caso de CDs, a R$ 21,90 no de DVDs.

A aproximação entre a indústria e o varejo já começa a mostrar resultados positivos. Segundo levantamento da ABPD (Associação Brasileira dos Produtores de Discos), as vendas em supermercados representam 35% do faturamento das gravadoras. No ano passado, a participação era de 27%.

A iniciativa de baixar preços e aumentar a visibilidade é uma via de mão dupla. Enquanto os fabricantes buscam saídas para estancar o crescimento da pirataria no comércio de rua, o varejo enxerga nos discos uma forma de atrair clientes e aumentar as vendas de outros produtos.

“O movimento geral do hipermercado cresceu entre 12% e 18% desde que começamos a investir em discos de CD e DVD.”, diz Jason Lima Filho, gerente-geral do Carrefour Santo André.

Além de garantir aumento de vendas nas seções de som e imagem – que em média responde por 25% do faturamento global das principais redes de hipermercados –, a exposição desse tipo de produto nos principais corredores das lojas, geralmente posicionados nas entradas de maior fluxo de clientes, serve de isca para a venda de outras mercadorias.

“Os CDs e DVDs ficam bem próximos aos televisores, aparelhos de DVDs, conjuntos de som, entre outros artigos relacionados. Por isso, a localização das bancas de discos são decisivas para ampliar as vendas”, acrescenta Lima.

Segundo o gerente comercial da gravadora SomLivre, Dárcio Castro, o acordo entre indústria e comércio, para definir as políticas de preços, surge como oportunidade para as companhias fonográficas relançarem títulos fora de linha.

“É claro que os preços mais baixos só são possíveis nos títulos em que os custos oneram menos a indústria, como pagamento de direitos autorais, por exemplo. Isso significa que filmes recém-lançados ou músicas de cantores em evidência dificilmente terão preços próximos aos piratas”, explica Castro. “No entanto, títulos antigos do acervo da gravadora têm saída fácil.”

“Se o preço é baixo mas a rotatividade grande, compensa porque a gente acaba ganhado na quantidade. Poucos centavos ou reais em cada unidade formam uma quantia significativa na planilha de faturamento”, garante Passos.




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