O detetive Haroldo Domingos Sodré, o carcereiro Emilson Teixeira e o escrivao Marco Aurélio da Silva foram presos em flagrante na delegacia pelo promotor do município vizinho de Itaperuna, Marcelo Lessa Bastos, que investigava acusaçoes contra Rocha, de tortura e abuso de poder. O promotor encontrou presos ilegalmente três caminhoneiros, que disseram estar sendo extorquidos pelos policiais.
Na delegacia, Bastos descobriu espingardas e pistolas sem registro, além de armas de fabricaçao caseira com cano serrado. Na gaveta do delegado, havia placas de carros roubados, um revólver sem registro, touca ninja e máscara de carnaval. "O uso desse tipo de material é indício de que se trata de um grupo de extermínio", afirmou o promotor.
O promotor começou a investigar o delegado Rocha na quinta-feira, depois que recebeu a ligaçao da mae de um foragido da Justiça de Itaperuna, o agente penitenciário Geraldo Sávio, acusado de toturar um preso. "Ela contou, muito nervosa, que Rocha havia estado na casa dela, roubado as roupas do filho e ameaçado a família", disse o promotor. "Segundo ela, o filho estava escondido na mata e só se entregaria para mim".
Bastos foi ao encontro do agente penitenciário. Ele contou que o sogro havia sido torturado pelo delegado. "O sogro dele apanhou, foi algemado e ameaçado com uma arma na cabeça, mas nao denunciou Sávio", afirmou o promotor.
O juiz da 2ª Vara Criminal, Glaucenir Silva Oliveira, concedeu mandado de busca e apreensao ao promotor, que revistou a delegacia. "As roupas de Sávio estavam no gabinete de Rocha" disse Bastos, que teve de arrombar todas as salas da delegacia, já que os detetives se recusavam a entregar as chaves.
O delegado foi preso numa rua próxima à 141ª DP. Ele estava acompanhado de um informante que dirigia um BMW e portava uma pistola de uso da Polícia Civil. O promotor acredita que o delegado, os policiais e informantes façam parte de um grupo de extermínio.
"Os policiais vao responder a processo criminal, por formaçao de quadrilha e processo administrativo, que pode culminar com demissao sumária", afirmou o chefe da Polícia Civil, Carlos Alberto D'Oliveira. O delegado e os outros policiais foram transferidos ontem para uma prisao especial, o Ponto Zero, em Benfica, zona norte do Rio.
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