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Morre o ex-governador Leonel Brizola
Do Diário OnLine
Com Agências
22/06/2004 | 01:23
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Morreu nesta segunda-feira à noite, aos 82 anos, o ex-governador Leonel Brizola (PDT). Ele foi internado à tarde no Hospital São Lucas, em Copacabana (Zona Sul do Rio de Janeiro), por causa de um processo infecioso que o acometia desde a semana passada. O quadro se agravou e o presidente nacional do PDT sofreu um infarto agudo do miocárdio. O falecimento ocorreu às 21h20, após reiteradas tentativas de reanimação.

Leonel Brizola chegou ao hospital com o quadro de saúde bastante debilitado. Após ser submetido a uma bateria de exames, durante a tarde, o pedetista teve uma parada cardiorrespiratória. Os médicos decidiram sedá-lo e interná-lo no setor de emergência para tentar reverter o quadro. Mas os esforços não foram suficientes.

O ex-governador sofria com os efeitos de um processo inflamatório infeccioso nas vias aéreas superiores, provavelmente causado por uma forte gripe contraída no Uruguai, semana passada. Exames realizados à tarde constataram que Brizola já havia sofrido uma infiltração (coágulo) nos pulmões.

Brizola chegou ao São Lucas por volta das 17h, numa maca. Inicialmente, a direção do hospital divulgou que o ex-governador passaria por uma bateria de exames. Mas a intensa movimentação de familiares, líderes políticos e correligionários do PDT no local denunciava que o problema era grave.

Horas mais tarde, o assessor de imprensa de Brizola, Fernando Brito, confirmou que o estado de saúde dele era 'muito delicado'. Por volta das 18h, quando sofreu a parada cardiorrespiratória, o ex-governador estava prestes a receber alta hospitalar.

O corpo de Leonel Brizola será velado entre esta terça-feira e quarta-feira no Palácio Guanabara – sede do governo fluminense. Na quarta pela manhã, o corpo será transferido para o Rio Grande do Sul, onde acontecerá um novo velório de 24h no Palácio Piratini – sede do governo gaúcho. O enterro será na quinta-feira, em São Borja (RS).

Homenagens - A governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus (PMDB), e o marido dela, o secretário Anthony Garotinho (Segurança Pública), chegaram ao hospital por volta das 22h. Ambos estavam na pré-estréia do filme 'Pelé Eterno', no Teatro Municipal carioca, quando foram avisados sobre a morte.

"Fiquei surpreso porque ontem (domingo) à noite estive na casa do Brizola com Rosinha, Clarissa (filha do casal Garotinho), Moreira Franco, e ficamos mais de duas horas conversando. Ele estava no quarto, deitado, com soro, mas muito animado com o futuro do Brasil. Foi uma conversa muito emotiva, muito emblemática, quase uma reunião de despedida", relatou Garotinho.

O secretário de Segurança Pública do Estado ainda conversou com o médico de Brizola. Segundo Garotinho, o médico disse que o pedetista tinha passado muito frio no Uruguai e se sentiu resfriado. O médico relatou ainda que o ex-governador cometera extravagâncias alimentares. "Ele tinha comido mocotó e parrija, uma comida típica gaúcha. Aí teve uma indisposição", contou.

Após a notícia da morte de Brizola, personalidades do mundo político e artístico se concentraram no hospital. O arquiteto Oscar Niemeyer, o ator Hugo Carvana, a cantora Beth Carvalho e o ex-governador Moreira Franco (PMDB) compareceram ao São Lucas para render homenagens.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou luto oficial de três dias em memória ao ex-governador do Rio Grande do Sul (entre 1958 e 1962) e do Rio de Janeiro (1983-1987 e 1991-1995). Em São Paulo, se preparando para uma viagem oficial a Nova York (EUA), Lula demonstrou respeito e admiração pela figura de Leonel de Moura Brizola.

"Todo mundo sabe que, mesmo nos momentos de divergência, eu sempre nutri respeito e admiração pela história política do Brizola. Foi um personagem da nossa história durante mais de meio século. Uma figura de muita importância política para o Brasil. Acho que perdemos mais uma referência importante da nossa política", afirmou.




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