Esportes Titulo Seleção brasileira
Dunga aposta no apoio da torcida
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31/03/2009 | 07:00
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Bastou respirar o ar do Rio Grande do Sul para Dunga se encher de confiança e adotar discurso patriota. Na coletiva que deu após chegar da mirabolante viagem que transportou a Seleção Brasileira de Quito a Porto Alegre, com escala em Florianópolis, mostrou-se convicto de que coros como "Adeus, Dunga!" ou "Dunga, seu jumento!", que foram moda no ano passado, serão substituídos amanhã por gritos de apoio a ele e à equipe.

A senha para o treinador fazer a apologia do povo gaúcho foi quando lhe perguntaram se não temia por vaias caso a seleção demorasse a engrenar no jogo contra o Peru, no Beira-Rio. "Pelo que conheço da minha aldeia, isso não vai acontecer. O povo gaúcho é de luta e tem tradição de acreditar nas coisas positivas. A seleção sempre foi bem recebida aqui e sempre teve o apoio do público, mesmo quando o momento era difícil. Desta vez não será diferente, tenho certeza."

Depois de elogiar o povo, Dunga tratou de elogiar a si mesmo. E vangloriou-se por não ter perdido para o Equador em Quito, embora seu time tenha sido sufocado durante todo o tempo. "Nas últimas quatro eliminatórias, o Brasil só não perdeu lá duas vezes. E nas duas eu e o Jorginho (seu auxiliar) estávamos presentes (no 0 a 0 de 1993, em Guayaquil, eram jogadores). E nesses quatro jogos nunca o Brasil criou tantas chances para marcar como ontem (domingo)."

O capítulo seguinte foi a alfinetada aos médicos europeus, usando como exemplo à situação de Kaká. "Ele ficou cinco semanas em tratamento no Milan e não chegou aqui em boas condições. Mas com poucos dias de trabalho na seleção já ficou bom. E aqui não colocamos ninguém em campo no sacrifício, porque pensamos muito no jogador. Afinal de contas, ele está emprestado pelo Milan. Se o clube, que gasta tanto com o jogador, acha que vale a pena correr o risco de utilizá-lo mesmo se não estiver em suas melhores condições, não podemos fazer nada."

Na cruzada nacionalista do treinador sobrou até para um desavisado jornalista italiano. Como era o único estrangeiro da sala, o repórter se esforçou para fazer a pergunta em portunhol para poder ser compreendido por todos. Ele queria saber se amanhã poderia ser a noite de Pato, já que o jogo será no estádio em que o garoto nasceu para o futebol.

Embora fale italiano fluentemente, por ter jogado no Pisa e na Fiorentina, Dunga mandou a bordoada em português mesmo: "Pode ser a noite de qualquer jogador que está aqui. Como só se interessa em puxar notícias para a Itália, talvez você não saiba que o nosso artilheiro nas eliminatórias é o Luís Fabiano", disparou.




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