Seres fantásticos sempre renderam produções interessantes para o cinema, sejam elas complexas ou rasas. É bacana acompanhar como esse tipo de filme evoluiu ao longo dos anos.

Figuras como vampiros, Frankenstein e monstros do pântano marcaram época no cinema ao darem vida a personagens que eram conhecidos apenas por meio da literatura. Os avanços tecnológicos fizeram com que essas criaturas ganhassem aspectos cada vez mais reais e assustadores.

A amedrontadora aparência do protagonista é o principal a ser observado em "O Lobisomem", que estreia hoje no Brasil e com sete cópias no Grande ABC. O filme é prato cheio para quem adora se aventurar com um bom suspense e tomar sustos durante a sessão.

Na sala do cinema, o público acompanha a história de Lawrence Talbot (Benicio Del Toro), que volta para a aldeia vitoriana de Blackmoor, sua terra natal, quando recebe a notícia de que o irmão está desaparecido. De volta à antiga casa, descobre que, na verdade, seu parente foi brutalmente assassinado.

Lawrence acredita estar em débito com Gwen (Emily Blunt), a viúva do irmão, e afirma que não irá descansar até descobrir o que realmente aconteceu. Após investigação, é revelado que o assassino é na verdade um monstruoso lobisomem.

A luta entre eles faz com que Lawrence leve a pior. Ele acaba mordido pela criatura, mas sobrevive ao combate. Os dias passam e o ferimento se cura. Apesar da melhora, ele inicia uma nova vida, principalmente nas noites de lua cheia, que irão fazer com que demonstre uma face que jamais imaginou possuir, fazendo jus ao slogan ‘Quando a Lua Está Cheia, a Lenda Ganha Vida'.

A direção fica a cargo de Joe Johnston (Jurassic Park 3 e futuro responsável pelo filme do super-herói Capitão América, programado para o ano que vem). O cineasta faz a sua versão do clássico homônimo datado de 1941. A ideia da refilmagem foi de Del Toro, que também assina a produção.

Algumas modificações foram feitas no roteiro original. Desta vez, a aventura deixa a década de 1940 para se passar na Inglaterra de 1890. Outra mudança é em relação a Sir John Talbot (Anthony Hopkins), que ganha mais destaque e funciona como peça central nas descobertas feitas por Lawrence sobre sua recente maldição.

Jonhston consegue mesclar bem a produção, ambientada em uma reprodução de Londres. Une diversas tomadas repletas de névoa e jogo de luz utilizando a lua com ótimos efeitos especiais. A transformação do protagonista em lobisomem é tensa o bastante para dar calafrios até mesmo nos espectadores mais incrédulos. A maquiagem faz com que seja possível ver os verdadeiros atores por trás do peludo e deformado monstro.

O aspecto visual de "O Lobisomem" parece compensar algumas brechas no roteiro, caso da não explicação para que a bala de prata seja a única forma de ferir a criatura meio homem, meio lobo. Mas em filmes desse gênero, o que importa é o quão assustador é sua figura central.